O francês Jules Itier ( (1802-1877), fotografou Macau em 1844. O responsável pela Comissão do Comércio Francês na China e o autor das fotografias mais antigas feitas por um ocidental naquele território. Registou como fotógrafo amador a cerimónia de assinatura do tratado sino-francês em 24 de Outubro de 1844. Fotografou Macau nos dias 18, 19 e 28 de Outubro de 1844. descreve, no seu Diário, as peripécias porque passou: "Consagrei estes dois dias (18 e 19) a fixar no daguerreótipo aspectos mais notáveis de Macau” no dia 28 Itier volta ao seu trabalho de fotógrafo amador e escreve no seu diário “Empreguei o meu dia a captar em daguerreótipos diversas vistas de Macau e arredores: o Cais da Praia Grande, o Grande Pagode, o Porto Interior, as ruas do Bazar, ofereceram interessantes assuntos.”
A ele se deve a única imagem do Convento de S. Francisco.
Théophile Piry, fotógrafo amador de grande qualidade, activo entre 1876 e 1916, residiu alguns anos em Macau como funcionário do Imperial Maritime Customs Service e fotografou-o no dobrar do século XIX. Johm Thomson (1837-1921), a Cidade do Santo Nome de Deus fixada por Thompson, é descrita pelo jornal Ta-Ssi-Yang-Kuo, na sua edição de 1 de Dezembro de 1864, ao elogiar a acção do governador Coelho do Amaral”.
Olá João!
ResponderEliminarEssa foto não será da Península, mas talvez de Coloane...É que a colina da Guia não tem essa expressão...Parece-me Hac-Sa...o que não deixa de ser estranho, pois à data Coloane não era acessível...intrigante...Miguel
A WHOLE PLATE DAGUERREOTYPE STUDY OF MACAO SHOWING THE PAGODDES ROCHERS, CLOSE TO THE PORT DE LA BARRE.. é esta a legenda, Miguel.
ResponderEliminarAlphonse Eugène Jules Itier (Paris: 1802–Marselha:1877), geólogo, funcionário superior da alfândega francesa e fotógrafo amador francês, é, tanto que sabe, autor das primeiras fotografias de Macau e da assinatura do tratado entre a França e a China, a bordo do vapor Archimède, em Whampoa (24-10-1844), encontrando-se no enclave desde 13 de Agosto desse mesmo ano. Depois de ter trabalhado como escriturário e inspector nalgumas localidades de França, o funcionário da alfândega é, em 1843, nomeado director da Comissão de Comércio francesa na China, Índia e Oceania e desloca-se a Cantão e Macau como membro da delegação francesa para negociar o tratado de paz “por dez mil anos” com a China, registando pictoricamente a sua estada em ambas as cidades. O diplomata-fotógrafo regista essa actividade no seu diário de viagem, afirmando que os chineses nas ruas de Macau são prestáveis, posam para si e exclamam a sua surpresa ao verem a sua imagem nas chapas de cobre no interior da câmara escura (daguerreótipo). O texto descreve ainda o pagode da Barra, a Casa Branca do mandarim, a Taipa e a viagem para Cantão. Em 6 de Setembro, o viajante descreve a localização geográfica da península de Macau, uma coluna de granito que avança mar dentro, formando, de um lado, o Porto Interior, do outro, a baía da Praia Grande. O texto resume a História do estabelecimento dos portugueses no território e descreve os bairros europeu e chinês, nomeadamente as casas europeias. As casas chinesas são estreitas, rasas e com um pequeno pátio interior, parecendo que as culturas sínica e lusa em Macau não se misturam. O viajante percorre o bairro chinês com dois padres lazaristas e compara o mesmo a muitas outras localidades da China, listando restaurantes, cambistas, casas de jogo, lojas, ateliers de ourives e jogos como o da mora. No dia 15 de Setembro, Itier visita a ilha da Taipa, descrita como um porto, dependência do estabelecimento e ponto de escala do contrabando de ópio. Em 1 de Outubro o autor refere a chegada do comissário imperial Ky-ing e da sua comitiva a Macau dois dias antes, confessando, em 18 e 19 desse mês, que registara as imagens mais notáveis da cidade no daguerreótipo e que os transeuntes acedem, com simpatia, às suas exigências. No dia 24, o viajante volta a fotografar o comissário chinês e a embaixada francesa e recebe pedidos de diversos nativos, fotografando, cinco dias depois, vistas de Macau, nomeadamente as ruas do bazar chinês, perante chineses espantados. Itier torna-se assim, à semelhança de Felice Beato, John Thompson, Ernest Wilson e John Hinton, um dos primeiros fotógrafos ocidentais a registar imagens da China, tendo os seus daguerreótipos sido expostos no enclave, em Junho de 1990 e recentemente.
Texto de Rogério Puga um investigador da História de Macau.