segunda-feira, 27 de abril de 2009

Viagens de paquete


Publicidade ao Vera Cruz em 1952, da autoria de Bernardo Marques

Ilustração da ementa muito provavelmente da autoria de António Quadros
antes da guerra... atraía-se o turismo
Timor
Quando andar de avião ainda era um luxo ao alcance poucos... os navios imperavam nos mares. Na segunda década do século XX Portugal 'ligava' o império com recurso à Companhia Colonial de Navegação, do Estado. Brasil, África e Ásia tinham rotas e navios próprios. A carreira do oriente, assim se chamava, tinha navios com nomes a condizer: Índia, Timor... faziam carreira regular para Goa, Macau e Dili... fazendo também transporte de tropas para a Guiné durante a guerra colonial. Também acontecia seguir-se primeiro para África num dos paquetes de serviço e daí apanhar um paquete estrangeiro, muitas vezes da África do Sul, rumo ao Japão passando pelos vários portos da Índia. A viagem, pelo canal do Suez durava cerca de 45 dias. Contornando o continente africano duplicava.

O paquete Índia (imagem acima) foi construído em 1950 em Sunderland, Inglaterra, pela Bartram & Sons, Ld. Tinha 9254 m3 de capacidade e um porte bruto de 7761 toneladas. O comprimento era superior a 130 metros. Possuia dois motores diesel de 4 cilindros cada. Com uma potência de 5750 cavalos atingia a velocidade máxima de 15 nós sendo a sua velocidade normal de 14,5 nós. Podia alojar 387 passageiros, 60 em primeira classe, 25 em terceira classe e 298 em terceira classe suplementar. A sua tripulação era composta por 120 elementos. Foi vendido para Singapura em 1973 ficando com o nome de Kim Hogh.

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