Desde o século XVIII as paisagens de Macau atraíram muitos pintores ocidentais. George Chinnery (1774–1852), Auguste Borget (1808–1877) e George Smirnoff (1903-1947), são os que mais se destacaram.
Já aqui referi Chinnery, destaco agora Smirnoff. Este artista russo fugiu do seu país para a China. Mudou-se de Harbin para Tsingtao, e de Tsingtao para Hong Kong, antes de finalmente se fixar na pequena faixa de terra que Macau era, na Primavera de 1944. Aqui passou um ano tranquilo com a família até ao fim da guerra, em 1945. Macau, naquele tempo, atravessava um período severo e difícil. Depois da invasão da China pelos Japoneses, Macau, por razões históricas, manteve a sua neutralidade, como se estivesse separada das chamas da guerra. Dezenas de milhares de refugiados invadiram Macau, que em pouco tempo viu a sua população aumentar de 120.000 almas, em 1936, para 400.000, em 1940.
A erupção da guerra no Pacífico, em Dezembro de 1941, originou uma nova “invasão” de refugiados, a qual teve um profundo impacto na sua ordem social e no ambiente. O fluxo de refugiados resultou em fome, doença, falta de higiene e de bens essenciais, para além de uma deterioração da ordem e da segurança. Nesta altura, Smirnoff teve que deixar o seu trabalho como designer de construção, virando-se para a pintura para poder sobreviver.
Uma das pessoas que lhe deu grande apoio, entre outras, foi Pedro José Lobo, na altura Director do Departamento de Economia, que lhe encomendou cerca de seis dezenas de obras suas, que depois doou ao Governo de Macau. (Há ainda a referência de uma encomenda de 50 quadros por parte do Leal Senado que terá pago 50 patacas pr cada obra). Estas obras, mais tarde, passaram a fazer parte da colecção do Museu Comercial e Etnográfico Luís de Camões. Foi com este dinheiro que Smirnoff conseguiu manter a sua família de cinco pessoas. Durante a sua estada em Macau, Smirnoff participou também activamente em actividades culturais locais, como a pintura de cenários de teatro, o design de logotipos e a orientação de cursos de artes, o que fez com que se o artista se tenha tornado parte integrante da História de Macau. É da sua autoria o 'cabeçalho' do jornal O Clarim (ver outro post).
A erupção da guerra no Pacífico, em Dezembro de 1941, originou uma nova “invasão” de refugiados, a qual teve um profundo impacto na sua ordem social e no ambiente. O fluxo de refugiados resultou em fome, doença, falta de higiene e de bens essenciais, para além de uma deterioração da ordem e da segurança. Nesta altura, Smirnoff teve que deixar o seu trabalho como designer de construção, virando-se para a pintura para poder sobreviver.
Uma das pessoas que lhe deu grande apoio, entre outras, foi Pedro José Lobo, na altura Director do Departamento de Economia, que lhe encomendou cerca de seis dezenas de obras suas, que depois doou ao Governo de Macau. (Há ainda a referência de uma encomenda de 50 quadros por parte do Leal Senado que terá pago 50 patacas pr cada obra). Estas obras, mais tarde, passaram a fazer parte da colecção do Museu Comercial e Etnográfico Luís de Camões. Foi com este dinheiro que Smirnoff conseguiu manter a sua família de cinco pessoas. Durante a sua estada em Macau, Smirnoff participou também activamente em actividades culturais locais, como a pintura de cenários de teatro, o design de logotipos e a orientação de cursos de artes, o que fez com que se o artista se tenha tornado parte integrante da História de Macau. É da sua autoria o 'cabeçalho' do jornal O Clarim (ver outro post).
Morreu em 1947 com apenas 44 anos. Em Macau uma das suas moradas foi, curiosamente, vizinha de um outro pintor, Chinnery, no Pátio das Seis Casas, nas traseiras da Igreja de S. Lourenço, a zona pobre da cidade de então.
lovely patinings of old macao
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