quinta-feira, 23 de abril de 2009

Curiosidades sobre as Ruínas de S. Paulo

ca. 1976
Ir a Macau e não ver as Ruínas de S. Paulo é como ir a Roma e...
Mas, será que sabemos realmente a verdadeira história por trás do ex-libris de Macau e do que é provavelmente o monumento mais fotografado da cidade?


"(...) Quando Nacaúra e os seus companheiros chegaram a Macau, descobriram que a igreja que conheceram tão bem fora completamente destruída por um incêndio em Novembro do ano anterior. Contudo o projecto de reconstrução estava já em curso sob a direcção de um jovem missionário italiano, Carlos Spinola, que havia chegado uns meses antes do incêndio na sua viagem a caminho do Japão. O Reitor de S. Paulo, P.e Manuel Dias, solicitou a Spinola, um óptimo matemático, que concebesse o plano para a nova igreja, e, em 1601, o Vice-provincial nomeou Spinola Procurador da Província Japonesa em Macau, a fim de ele poder completar a sua obra. Spinola não chegou a ver o seu projecto concretizado. Em Julho de 1602 alcançou o seu destino no Japão. Mas Ito, Nacaúra e os seus três companheiros assistiram à inauguração solene da nova igreja em vésperas do Natal do ano de 1603."
ilustração de 1860

- Chamam-lhe ruínas de S. Paulo, mas a fachada é da Igreja da Madre de Deus (o colégio de S. Paulo, que lhe deu o nome, funcionava ao lado;
- O colégio Jesuíta de S. Paulo, foi a primeira universidade de tipo ocidental no Extremo Oriente; - No colégio estudaram missionários como Mateus Ricci e Adam Schall antes de partirem para a corte Ming, em Pequim, onde foram astrónomos e matemáticos;
- A igreja, primitivamente feita de "taipa" e madeira, estava, de acordo com os viajantes da época, ricamente decorada e mobilada;
- A escadaria que dá acesso às ruínas tem um total de 68 degraus;
- A fachada de pedra trabalhada foi construída entre 1620-27 por cristãos japoneses exilados e artistas locais sob a orientação do jesuíta italiano Carlo Spinola;
- Depois da expulsão dos jesuítas, a universidade foi utilizada como quartel e, em 1835, um incêndio deflagrado nas suas cozinhas destruíu-a, bem como ao corpo de igreja;
- A fachada que “sobreviveu” ergue-se em 4 alas com colunas, estando coberta de peças escultóricas e imagens que ilustram com eloquência o que foram os primeiros tempos da Igreja na Ásia;
- Há imagens da Virgem e de alguns Santos, símbolos do Paraíso e da Crucificação, anjos e o demónio, um dragão chinês e um crisântemo japonês, uma caravela portuguesa e inscrições religiosas em chinês

1 comentário:

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