terça-feira, 14 de abril de 2009

Lorcha Macau


Em 1986 em grupo de emigrantes portugueses da África do Sul construiu a réplica de uma caravela, a "Bartolomeu Dias", para assinalar a presença portuguesa nesse país. A ideia de fazer algo semelhante em Macau nasceu e cresceu no seio do contingente da Marinha no território, e após alguns estudos, foi iniciada a sua construção.
A lorcha pode ser definida como a fusão entre as técnicas navais europeias e chinesas; da primeira retirou a forma do casco, e da segunda o velame, numa combinação que criou uma embarcação rápida e de fácil manobra, tornando-se na embarcação emblemáticas da presença portuguesa nos mares da China.
O período áureo deu-se entre os séculos XVIII e XIX. Com o advento do motor, e de carreiras mais ou menos regulares de cabotagem, estas embarcações foram desaparecendo das águas do Mar da China no princípio do século XX.
Segundo os registos da Capitania de Macau, em meados do século XIX existiam mais de 60 lorchas. Algumas lorchas foram armadas com peças de artilharia e utilizadas, em particular pelos portugueses em Macau, como embarcações de combate à pirataria no Mar da China. Algumas destas acções são conhecidas, com descrições da época, bem como os seus nomes: Adamastor, Leão Terrível, Amazona, Tritão. No auge da luta contra a pirataria, as lorchas de Macau tinham uma tripulação mista composta habitualmente por terço de portugueses e o restante de orientais, com predomínio de chineses. A tripulação rondava os 30 homens.
Após o seu lançamento à água (ca. 1988), a Lorcha Macau navegou até ao Japão para participar no Festival da Espingarda, na ilha de Tanegashima, onde se comemora todos os anos e chegada dos portugueses ao Império do Sol Nascente, tendo visitado também os portos de Kagoshima, Nagasaky e Omura.
Nos anos seguintes foram efectuadas várias viagens no mar da China, até à Coreia, Singapura, etc. Em 1998 foi trazida para Lisboa, onde teve um lugar de destaque na Expo'98. Nesse mesmo ano foi abatida ao efectivo e entregue a título gratuito à Aporvela. Posteriormente foi cedida à Fundação Oriente.
A Lorcha foi classificada como UAM, Unidade Auxiliar da Marinha, embarcações ao serviço da Marinha Portuguesa, consideradas não militares. Nesta categoria estão incluídas, por exemplo, lanchas da Polícia Marítima e as embarcações do Instituto de Socorros a Náufragos.

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