na Fortaleza do Monte
INSTALAÇÕES
ACTIVIDADES
A Banda procurou dar maior ênfase, não só às cerimónias militares ou militarizadas mas também a outras. Assim temos: actividades de carácter interno: Guardas de Honra, Juramentos de Bandeira, Funerais e Concertos; actividades de carácter externo: Banda que em 1980, tocava nos funerais das pessoas que tinham bastante dinheiro, foi reduzindo essa actividade até terminar por completo.
A Banda da P.S.P. de Macau foi constituída a 1 de Abril de 1951. Em 1958 assumiu o comando da P.S.P. o capitão Dias da Silva. Desde 1980 passou a ser dirigida pelo Sargento Ajudante músico Pinto de Sá. Quando este regressou a Portugal foi substituído pelo Sargento Ajudante músico Abel Teixeira Mendes.
A plavara a Pinto de Sá:
"Quando em Fevereiro de 1980 cheguei a Macau para chefiar a Banda do CPSPM/FSM, encontrei várias dificuldades para cumprir bem a minha missão, até no conceito de “Chefia ou Regente”, pois não estavam bem definidas as funções, assim como da própria Banda que se regulamentava como Banda da Obra Social do CPSPM. Havia que implementar muitas regras, pois a nível Oficial, por eu ser um Sargento do Exército não podia chefiar a Banda em cerimónias de Guardas de Honra ou outras de carácter militar ou militarizado o que, na minha maneira de ver, a nível profissional estava totalmente errado, já que tinha formação de chefia.
A Banda era composta por 19 elementos no activo e 4 na reforma, os quais já tinham tido muitas promessas de melhoria das condições de trabalho que nunca foram cumpridos, por esse motivo os músicos estavam bastante desmotivados e não acreditavam nas novas promessas.
A Banda era composta por 19 elementos no activo e 4 na reforma, os quais já tinham tido muitas promessas de melhoria das condições de trabalho que nunca foram cumpridos, por esse motivo os músicos estavam bastante desmotivados e não acreditavam nas novas promessas.
Em cerimónias, a Banda era chefiada não por um chefe de Banda mas pelo elemento mais graduado, tocavam mal, não por culpa dos músicos, mas sim pelas condições de trabalho, pois tinham só dois ensaios semanais de uma hora cada. Muitas vezes não podiam ensaiar porque tinham outros serviços de Polícia que os impediam de ir ao ensaio.
Pouco antes do 10 de Junho de 1980 a Banda tinha um concerto importante e um elemento da Banda (Subchefe) depois de ter faltado a alguns ensaios disse-me que não sabia quando podia ir por estar numas conferências de cargas. Por causa destas situações nunca se poderia fazer um bom trabalho de conjunto. A minha atitude perante estas situações só poderia ser uma, dispensar imediatamente e definitivamente estes elementos.
Todos estes casos eram claramente de um grande boicote ao meu trabalho, não só por alguns elementos da Banda mais antigos (2 eram Subchefes), como pessoas que não pertenciam à Banda e que eram graduados superiores na hierarquia da PSP.
Os serviços que a Banda realizava (a meu ver) não eram dignificantes para uma Banda Militarizada (Funerais de civis, etc.), porque bastava haver dinheiro para gratificar os músicos e a Obra Social para o serviço ser autorizado. O protocolo de Honras e continências militares para a Banda simplesmente não existia.
O conceito da Banda na população era péssimo. Teria que haver uma remodelação de tudo o que tinha sido feito até aqui. Desta forma começou-se por: criar condições de trabalho para os músicos; adquirir instrumentos musicais, porque os existentes estavam em muito mau estado de conservação; criar um Quadro Orgânico, programa de concurso para integração e promoção na carreira de músico e definição da missão dos elementos da Banda do Corpo de Polícia de Macau. Anteriormente era como se fosse a Banda da Obra Social, que pagava uma gratificação em dinheiro e uma pequena refeição a cada músico por ensaio, (era o que se passava até à minha chegada).
O conceito da Banda na população era péssimo. Teria que haver uma remodelação de tudo o que tinha sido feito até aqui. Desta forma começou-se por: criar condições de trabalho para os músicos; adquirir instrumentos musicais, porque os existentes estavam em muito mau estado de conservação; criar um Quadro Orgânico, programa de concurso para integração e promoção na carreira de músico e definição da missão dos elementos da Banda do Corpo de Polícia de Macau. Anteriormente era como se fosse a Banda da Obra Social, que pagava uma gratificação em dinheiro e uma pequena refeição a cada músico por ensaio, (era o que se passava até à minha chegada).
A pouco e pouco foi-se mudando o carácter de Serviços externos da Banda uma vez que certos serviços já faziam parte da tradição chinesa e até mesmo da própria Obra Social da PSP. (esta mudança foi bastante difícil).
no Leal Senado
Em Dezembro de 1980 foi aprovado e publicado em Boletim Oficial o Quadro Orgânico da Banda (que ainda não era o ideal), assim como a definição da forma de recrutamento do pessoal músico e até mesmo o que já estava definido no meu projecto de quadro Orgânico da Banda a “Chefia” que seria de um Comissário-Chefe. No entanto, foi feito o que nunca tinha existido, ou seja, a criação de uma Banda de Música no CPSPM com um quadro orgânico aprovado.
A título de curiosidade há que mencionar que a Banda da PSP de Portugal foi criada depois esta e com um processo de oficialização do Quadro Orgânico bastante anterior. Um músico requer muitos anos de trabalho para adquirir prática e sabedoria. Numa primeira fase houve a necessidade de definir a forma de recrutamento do pessoal músico, tendo-se admitido Guardas de 3ª. do Serviço Geral de Segurança para além do Quadro mas não ultrapassando o total do efectivo geral previsto.
A título de curiosidade há que mencionar que a Banda da PSP de Portugal foi criada depois esta e com um processo de oficialização do Quadro Orgânico bastante anterior. Um músico requer muitos anos de trabalho para adquirir prática e sabedoria. Numa primeira fase houve a necessidade de definir a forma de recrutamento do pessoal músico, tendo-se admitido Guardas de 3ª. do Serviço Geral de Segurança para além do Quadro mas não ultrapassando o total do efectivo geral previsto.
Para se chegar à criação oficial da Banda, ou seja à publicação no Boletim Oficial (Dezembro de 1980) foi necessário muita insistência junto das entidades superiores, a começar pelo Comando da PSP, que manifestava pouco tempo para tratar dos problemas da Banda.
nas Portas do Cerco
INSTALAÇÕES
Para além de tudo isto houve ainda a necessidade de obter instalações com condições para que a Banda desenvolvesse o seu trabalho. Anteriormente os ensaios eram numa mini sala com o tecto em placa de cimento de baixa altura, situada no Ramal dos Mouros e a ressonância produzida era um autêntico 'inferno' prejudicando muito a audição dos executantes.
Depois de muito procurar foram encontradas umas instalações nas Portas do Cerco, uma caserna pertencente ao CIC (que seriam depois da UTIP), as quais foram cedidas pelo Sr. Comandante do CIC, devidamente autorizado pelo Sr. Comandante das FSM que mandou fazer obras para que a Banda pudesse ter um mínimo de condições. Pouco tempo depois obtivemos uma sala de aulas, sanitários e uma arrecadação (que no momento já satisfazia as necessidades) devido à saída do CIC destas instalações. Imagem da capa do Anuário de Macau de 1968
ACTIVIDADES
A Banda procurou dar maior ênfase, não só às cerimónias militares ou militarizadas mas também a outras. Assim temos: actividades de carácter interno: Guardas de Honra, Juramentos de Bandeira, Funerais e Concertos; actividades de carácter externo: Banda que em 1980, tocava nos funerais das pessoas que tinham bastante dinheiro, foi reduzindo essa actividade até terminar por completo.
É de salientar que foi uma situação bastante difícil, até para compreensão dos próprios elementos da Banda, porque deixaram de receber esse gratificado a que estavam habituados há longos anos. (é preciso não esquecer que ainda existiam na Banda elementos reformados e outros que não possuíam a Especialidade de Músicos).
A Banda, ainda fez um Funeral a um civil depois de ter terminado esta actividade, mas a excepção foi a uma Alta Entidade do Território Sr. Hó Yin e por este ser considerado um Funeral de Estado.
Outros serviços foram estudados, caso a caso, e só seriam efectuados desde que fossem dignificantes para a PSP/FSM. A Banda era a única existente no Território, tinha por isso uma missão muito importante a cumprir, ou seja, a divulgação da Música. Como a maior parte dos elementos da Banda já tinham uma idade avançada, e o Território não oferecia muitos instrumentistas de sopro, houve que incentivar e implementar o interesse pela Música, mais propriamente pela Banda, fazendo um programa que fosse ao encontro da juventude.
Assim começou-se por solicitar o apoio dos Serviços de Educação e a colaboração da Rádio Macau para a realização de Concertos para Jovens no Teatro Diocesano e nas Escolas. Mais tarde esta iniciativa foi alargada à Televisão fazendo-se a Série “Música Maestro”, e os “Concertos em locais Históricos de Macau” com o apoio da TDM, Serviços de Educação, Direcção dos Serviços de Turismo Macau e Leal Senado. Nestas actividades houve um incondicional apoio das Forças de Segurança de Macau, assim como, do Comando da P.S.P.. O repertório também teve que ser muito bem ponderado e estruturado, já que da música portuguesa pouco ou nada se ouvia e os incentivos para tal também não eram muitos. Basta dizer que no Dia de Portugal “10 de Junho de 1980” além da cerimónia do hastear da Bandeira no Palácio do Governo, a colocação de flores junto ao busto de Luís de Camões e o concerto da Banda do CPSPM, nada mais vi com a característica portuguesa.
Houve a necessidade de arranjar obras portuguesas para a Banda, assim como canções populares portuguesas cantadas em cantonense e músicas de telenovelas que passavam na TV/HK, afim de atrair a atenção de um público mais vasto. No âmbito da Música Erudita, como português, tive o cuidado de em 1981 propor um concerto com obras totalmente portuguesas. Vencendo alguns obstáculos e com a ajuda do saudoso Padre Áureo de Castro e do Sr. Secretário Adjunto Dr. Jorge Rangel foi possível concretizar um concerto sob a minha Direcção no dia 13 de Junho de 1982 com a Orquestra de Câmara de Hong Kong, sendo solista em Piano Margaret Lynn, o qual foi um êxito, tanto junto do público de Macau como dos Músicos de Hong Kong que não conheciam a nossa música e ficaram surpresos e encantados com a qualidade e beleza da Música Portuguesa. Este concerto foi inserido nas cerimónias do Dia de Portugal, com obras de compositores portugueses como Carlos Seixas, Marcos Portugal, Sousa Carvalho e Frederico de Freitas.
Depois de muita luta e persistência julgo que os resultados foram positivos, tanto assim é que a Juventude de então (1980-1986) soube adquirir o entusiasmo e transmiti-lo à juventude actual para que não só mantivesse, mas desenvolvesse, a Banda de Música do CPSPM e formasse novas Bandas, para bem da Cultura Musical de Macau e das suas gentes."
Assim começou-se por solicitar o apoio dos Serviços de Educação e a colaboração da Rádio Macau para a realização de Concertos para Jovens no Teatro Diocesano e nas Escolas. Mais tarde esta iniciativa foi alargada à Televisão fazendo-se a Série “Música Maestro”, e os “Concertos em locais Históricos de Macau” com o apoio da TDM, Serviços de Educação, Direcção dos Serviços de Turismo Macau e Leal Senado. Nestas actividades houve um incondicional apoio das Forças de Segurança de Macau, assim como, do Comando da P.S.P.. O repertório também teve que ser muito bem ponderado e estruturado, já que da música portuguesa pouco ou nada se ouvia e os incentivos para tal também não eram muitos. Basta dizer que no Dia de Portugal “10 de Junho de 1980” além da cerimónia do hastear da Bandeira no Palácio do Governo, a colocação de flores junto ao busto de Luís de Camões e o concerto da Banda do CPSPM, nada mais vi com a característica portuguesa.
Houve a necessidade de arranjar obras portuguesas para a Banda, assim como canções populares portuguesas cantadas em cantonense e músicas de telenovelas que passavam na TV/HK, afim de atrair a atenção de um público mais vasto. No âmbito da Música Erudita, como português, tive o cuidado de em 1981 propor um concerto com obras totalmente portuguesas. Vencendo alguns obstáculos e com a ajuda do saudoso Padre Áureo de Castro e do Sr. Secretário Adjunto Dr. Jorge Rangel foi possível concretizar um concerto sob a minha Direcção no dia 13 de Junho de 1982 com a Orquestra de Câmara de Hong Kong, sendo solista em Piano Margaret Lynn, o qual foi um êxito, tanto junto do público de Macau como dos Músicos de Hong Kong que não conheciam a nossa música e ficaram surpresos e encantados com a qualidade e beleza da Música Portuguesa. Este concerto foi inserido nas cerimónias do Dia de Portugal, com obras de compositores portugueses como Carlos Seixas, Marcos Portugal, Sousa Carvalho e Frederico de Freitas.
Depois de muita luta e persistência julgo que os resultados foram positivos, tanto assim é que a Juventude de então (1980-1986) soube adquirir o entusiasmo e transmiti-lo à juventude actual para que não só mantivesse, mas desenvolvesse, a Banda de Música do CPSPM e formasse novas Bandas, para bem da Cultura Musical de Macau e das suas gentes."
na Praia Grande
PS: imagens e texto do site de MSMartins
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