A criação da República Popular da China em 1949 criou um ambiente de tensão em Macau...
O Tai Chung Pou enviara a Tchong San, um repórter, para obter respostas precisas a perguntas precisas. Entre elas a questão da atitude das autoridades do "governo do povo para com Macau já que não tinham sido ainda restabelecidas relações entre o governo comunista do povo da China e Portugal".Luís Chan, repórter do Tai Chung é o primeiro a obter uma declaração oficial sobre o futuro de Macau. Quem a fez é Uong lok, um jovem guerrilheiro, de 29 anos, presidente do Comité dos Serviços Militares do distrito de Tchong San. Uong lok define assim a posição do EPL: "As tropas de Libertação do Povo não são tropas de invasão, portanto a posição da vizinha Macau será absolutamente respeitada. Esperamos também que as autoridades do governo de Macau respeitem as tropas de libertação. Não foram enviadas tropas para vigiar a fronteira entre Macau e a China nem para a zona neutra entre os dois países. Isso demonstra claramente que as tropas de libertação respeitam em extremo o procedimento do governo da terra vizinha".De facto, o status quo de Macau manter-se-ia inalterável, apesar da recusa de Salazar em reconhecer o novo regime da China, reconhecimento esse que apenas seria alcançado em 1978 muito depois da revolução de Abril de 1974 e no final de laboriosas negociações.
Em Portugal, no dia 8 de Novembro de 1949, o regime publicava uma das habituais notícias apaziguadoras filtradas nos corredores da censura da capital do Império Colonial. Um exemplo: "Informam de Macau que com a ocupação das ilhas da Lapa e de Chin San findaram as operações militares na vizinhança de Macau. As autoridades comunistas ocuparam já os postos alfandegários da fronteira com Macau, fi-xando novas tarifas para a exportação de gado.
As embarcações que faziam carreiras entre Macau e os portos da China, ocupados pelos comunistas, vão recomeçar as viagens para o que foram entabuladas negociações.
O quartel-general comunista ficou instalado no hospital Kuon Sin, da ilha da Lapa onde a vida decorre normalmente assim como nas vizinhanças de Macau. Por motivo da pressão exercida pelas forças comunistas sobre a ilha de Sam Chow, alguns barcos nacionalistas fundearam no ribeiro de Ma Lin, perto da ilha de Coloane, onde desembarcaram 8 soldados nacionalistas que se entregaram às autoridades portuguesas, sendo internados. As armas e munições depostas pelos nacionalistas internados foram arroladas pelas autoridades de Macau. A vida nessa colónia faz-se normalmente, não se tendo registado qualquer incidente. Todo o Território português é alvo de rigorosa vigilância das autoridades e das forças da marinha, exército e polícia de Portugal.
A população mantem-se calma, podendo dizer-se que a situação de Macau - mais de paz - é por todos desejada e representada. Desta maneira, são destituídas de todo o fundamento, notícias de outra origem que falam de anormalidades em Macau, as quais se desmentem categoricamente. Além disso, repete-se, findaram as operações militares nas vizinhanças de Macau."
Em Portugal, no dia 8 de Novembro de 1949, o regime publicava uma das habituais notícias apaziguadoras filtradas nos corredores da censura da capital do Império Colonial. Um exemplo: "Informam de Macau que com a ocupação das ilhas da Lapa e de Chin San findaram as operações militares na vizinhança de Macau. As autoridades comunistas ocuparam já os postos alfandegários da fronteira com Macau, fi-xando novas tarifas para a exportação de gado.
As embarcações que faziam carreiras entre Macau e os portos da China, ocupados pelos comunistas, vão recomeçar as viagens para o que foram entabuladas negociações.
O quartel-general comunista ficou instalado no hospital Kuon Sin, da ilha da Lapa onde a vida decorre normalmente assim como nas vizinhanças de Macau. Por motivo da pressão exercida pelas forças comunistas sobre a ilha de Sam Chow, alguns barcos nacionalistas fundearam no ribeiro de Ma Lin, perto da ilha de Coloane, onde desembarcaram 8 soldados nacionalistas que se entregaram às autoridades portuguesas, sendo internados. As armas e munições depostas pelos nacionalistas internados foram arroladas pelas autoridades de Macau. A vida nessa colónia faz-se normalmente, não se tendo registado qualquer incidente. Todo o Território português é alvo de rigorosa vigilância das autoridades e das forças da marinha, exército e polícia de Portugal.
A população mantem-se calma, podendo dizer-se que a situação de Macau - mais de paz - é por todos desejada e representada. Desta maneira, são destituídas de todo o fundamento, notícias de outra origem que falam de anormalidades em Macau, as quais se desmentem categoricamente. Além disso, repete-se, findaram as operações militares nas vizinhanças de Macau."
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