As comissões de serviço duravam normalmente dois anos. Ia-se e vinha-se de navio: o Timor, o Índia, o Niassa... A viagem tanto podia durar 60 dias como apenas metade, dependendo da rota. A rota de África, passando pelo Cabo da Boa Esperança, era a mais longa. A mais curta era que implicava passar pelo canal do Suez - que liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo (o que Eça de Queirós assistiu à inauguração e noticiou no Diário de Notícias em Novembro de 1869). Atravessar o Oceano Índico, por exemplo, demorava 18 dias!
A maioria dos militares ficava 'hospedada' nos quartéis da Flora e de Mong Há. Na década de 1960 a cidade tinha cerca de 200 mil habitantes e havia muito mais liberdade do que em Portugal. As ilhas da Taipa e Coloane, isoladas de Macau, praticamente não tinham habitantes.
Uma companhia era composta por cerca de 130 homens... a maioria analfabetos pois em Portugal o ensino não era obrigatório e a vida jogava os jovens bem cedo no trabalho. Segundo relatos da época, muitos tiveram aulas nos quartéis e depois sujeitaram-se a exames, na escola primária, no colégio D. Bosco e no Liceu, consoante o grau de ensino que ambicionavam. O liceu e o d. Bosco tinham aulas nocturnas e a maioria dos alunos eram militares.
Naquele tempo terminar a escola primária significa não depender de ninguém para ler o correio que chegava da família e, também muito importante, conseguir tirar a carta de condução. Um militar não oficial ganhava cerca de 120 patacas por mês... na já longínqua década de 1960.
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