Data de cerca de 1870. Pelo cemitério de São Miguel Arcanjo, estão espalhadas inúmeras campas de cidadãos das mais diversas nacionalidades: britânicos, alemães, portugueses, chineses...
Desde a primeira mulher de Stanley Ho, passando pelo pai e avô de Edmund Ho ou pelo advogado Carlos d’Assumpção... Camilo Pessanha, entre outros. Os chineses mantêm uma “relação pessoal com os vivos e os mortos”, o que os distingue dos ocidentais. Para os que praticam a religião popular da China, depois da morte cultiva-se a “conversa com os antepassados”. Mas, se para uns é “uma conversa privada”, para outros é “apenas algo que se faz nos festivais”, sem significado. “Um mundo espiritual em que a família mantém contacto com o morto”. É por isso que existem tantas festividades, em que se celebra o culto aos antepassados. É o caso do Festival Qingming, dia em que os chineses se deslocam em massa aos cemitérios, limpam os túmulos, oferecem comida, chá e vinho aos mortos, queimam incenso e papéis. Ou mesmo o Festival dos Espíritos Esfomeados, altura em que se colocam ofertas à porta de casa e nos cemitérios, especialmente destinadas aos espíritos que não estão em paz.“
Há ainda um ritual que se chama “levantar-se da cama”. Uma prática que tem lugar sete anos depois do funeral, que implica a transferência dos restos mortais do caixão para uma gaveta. E que só pode ter lugar num “dia auspicioso”, seguindo os ditames do almanaque “Tong Seng”. Opinião de Bill Guthrie, um antropólogo norte-americano.
Cemitério S. Miguel cerca de 1940
A Capela de São Miguel foi construída em 1875 com o objectivo de efectuar os ritos católicos funerários daqueles que iam ser sepultados neste cemitério. Esta pequena capela é um dos edifícios mais bem conservados em Macau. O exterior está pintado a verde e branco. Um vitral filtra luz colorida para o interior da capela.
As suas citações referem-se a que fonte? Agradecia-lhe desde já o esclarecimento, pois o assunto interessa-me deveras.
ResponderEliminarVejo que alterou o seu post e cita a opinião de Bill Guthrie. Pedia-lhe mais um favor: que me indique onde encontrou expressa a opinião do antropólogo. Muito obrigado.
ResponderEliminarCaro, o pequeno texto foi feito a partir de um artigo publicado no jornal Hoje Macau. Infelizmente não me recordo da data. Se a memória não me atraiçoa a jornalista Luciana Leitão foi a autora. O título do artigo era A morte vista pela comunidade chinesa.
ResponderEliminarMuito obrigado pelo esclarecimento - e identificação do autor.
ResponderEliminar