Entre 1941 e 1945 Macau, "uma nesga de terra portuguesa com uma superfície duns 500 hectares", viveu um dos períodos mais conturbados. A população de pouco mais de 200 mil almas passou, de repente, a meio milhão... (ao contrário de Hong Kong que passou de um milhão para 300 mil) devido aos inúmeros refugiados que ali buscaram alguma paz. Portugueses de Hong Kong, Cantão, Shangai, mas também ingleses, americanos, italianos, alemães, japoneses e chineses. As procissões católicas ganharam novo ímpeto e o 13 de Maio de 1943 foi dedicado ao Imaculado Coração de Maria.
Era governador Gabriel Teixeira. A alimentação foi um dos maiores problemas com os bens essenciais a atingir preços astronómicos. Um par de sapagtos passou de 7 para 35 patacas. mais 500%. O mercado negro florescia... mas as sopas dos pobres também.
Era governador Gabriel Teixeira. A alimentação foi um dos maiores problemas com os bens essenciais a atingir preços astronómicos. Um par de sapagtos passou de 7 para 35 patacas. mais 500%. O mercado negro florescia... mas as sopas dos pobres também.
Teatros, clubes, escolas, hotéis... albergaram camaratas de refugiados. O Canídromo transformou-se em Casa dos Pobres. Só para se ter uma ideia, em apenas um dos centros de apoio, uma venda de arroz em Mong Ha, diariamente 7 mil pesssoas ali se deslocavam.
Macau dependia economicamente de Hong Kong mas com este território ocupado bem se pode imaginar a situação em que Macau ficou. Milhares de pessoas morriam à fome nas redondezas.
A igreja, que desde sempre exerceu um papel primordial da vida do território, esteve à altura dos seus pergaminhos. Dias difíceis mas que não impediram que a vida continuasse. Nesses anos surgiram inúmeros jornais e revistas.
O padre Manuel Texeira escreveu um livro repleto de histórias deste período.
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