A política colonial dos anos 30 era flanqueada por uma propaganda ideológica com duplo objectivo. De um lado, protegia-se por meios jurídicos o domínio colonial; por outro lado, fazer ver aos Portugueses a ideia de um Portugal grande, uno e indivisível.
Durante as décadas de 1930 e 1940, realizaram-se várias iniciativas propagandistas visando a encenação de Portugal como uma nação colonial imperial. Outros países fizeram o mesmo desde o final do século XIX. Relembro por exemplo a Exposição Insular e Colonial Portuguesa de 1894.
Voltando aos anos 30... Estávamos sobre o regime do Estado Novo. Salazar era ministro das Colónias. A ideia que era preciso transparecer ao Mundo, era que Portugal era unido, possuía colónias e que, desde sempre, colonizámos outros povos, constatando a natureza orgânica e indivisível do Império. Foi com esse propósito que no Palácio de Cristal (Porto) - transformado em Palácio das Colónias - teve lugar entre 19 de Junho e 30 de Setembro, a 1ª Exposição Colonial Portuguesa, com representação das Províncias Ultramarinas de Cabo Verde, Timor, São Tomé e Príncipe, Angola, Guiné, Moçambique, Índia e Macau.
Os edifícios, terrenos e jardins do Palácio de Cristal estavam transformados num Império Colonial em miniatura, onde era possível encontrar a floresta tropical, o deserto, uma picada angolana, aldeias típicas de todas as colónias e muitas outras simulações que tinham por intenção dar ao visitante, após o passeio, a sensação de ter viajado por todo o Império Português. O evento foi ainda assinalado, por exemplo, com um emissão filatélica especial que durou até 1945 cujos motivos eram a realidade das diferentes colónias. Ainda não encontrei o(s) selo(s) alusivo(s) a Macau.
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