Treinos na ilha da Taipa em 1969
A Guerra do Ultramar, também conhecida por Guerra Colonial, decorreu entre 1958 (Índia) e 1974, embora se tenha prolongado até 1975, devido ao processo de descolonização. Foi na Província de Angola que se iniciaram as operações (1961), estendendo-se a seguir às Províncias da Guiné e de Moçambique, locais onde se registaram a maior parte das baixas em combate. Foram mobilizados 800 mil combatentes tendo morrido quase 9 mil. Feridos evacuados do teatro de guerra foram 30 mil. No total cerca de 150 mil combatentes ficaram feridos ou doentes (14 mil deficientes físicos).
Das oito Províncias Ultramarinas (Angola, Cabo Verde, Guiné, Índia, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor) em Cabo Verde, Macau e São Tomé e Príncipe não se deram combates.
A presença militar portuguesa foi uma realidade desde os primeiros tempos de Macau. Primeiro a partir da Índia, depois de Moçambique chegavam os militares para servir no Território. Com o passar dos anos e para fazer face às necessidades, os militares passaram a vir directamente de Portugal. Era uma estrutura transversal à dinâmica da cidade... da mais baixa patente até ao Governador. Até nos serviços que em Portugal estava entregues à chamada sociedade civil, em Macau eram os militares (das diferentes forças, mas com destaque para o exército e para amarinha) que dominavam. O Governador era tradicional e habitualmente um militar indicado pelo Presidente da República.
O pré: dia de pagamento do salário
Até 1974, muitos soldados oriundos de Portugal chegavam constantemente a Macau para reforçar a guarnição militar da Cidade e também para cumprirem o seu serviço militar. As comissões de serviço duravam cerca de dois anos. Mas por vezes o fascínio por aquelas paragens do Oriente mudava para sempre o futuro dos então jovens militares. Foi assim durante sucessivas gerações e isso mudou para sempre a História de Macau.
Entrega do correio cerca de 1970 proveniente da metrópole: um momento sempre cheio de muita emoção
Muitos militares portugueses acabaram por se estabelecer em Macau, casando com mulheres macaenses ou chinesas. Seguiram carreira na polícia ou na função pública. A partir do 25 de Abril de 1974 a situação mudou drasticamente com a desmilitarização da Cidade, originando uma diminuição da chegada de militares portugueses a Macau.
Sem comentários:
Enviar um comentário