Durante séculos nunca ninguém duvidou disso. Porém, já no séc. XX, começaram a aparecer os primeiros contestadores. Uns duvidam porque não acham «seguros» os documentos existentes. Outros, mal informados, embarcam na nova onda e seguem o mote: «e os documentos?», parecendo inclusivamente esquecer-se que, ao tempo, não existia nenhum controlo de fronteiras.A uns e a outros o autor deste livro responde. Aos primeiros, fazendo ruir a base do seu cepticismo: na verdade, a nova cronologia da presença de Camões em Macau (entre 1562 e 1566), já nada tem a ver com a tradicional historiografia macaense que a defendia para a época de 1557 a 1559, fazendo notar como se encaixam peças da vida e da obra do Poeta e dos contemporâneos que o conheceram e sobre ele escreveram. Aos segundos, mais fácil é.
Documentos? Sempre existiram. Difícil é fazer passar essa mensagem; mas articulando os testemunhos existentes e a vida e obra do próprio Poeta, tudo se torna inteligível.Este livro é escrito sobretudo para estes últimos; passam a ter à mão um repositório do essencial sobre a presença de Camões em Macau. Mas, claro, é destinado também à imensa mole de gente que sempre soube que Camões, tendo aqui chegado, nunca daqui partiu. É uma homenagem a Camões, a Macau e aos filhos da terra que, mesmo depois da erosão da memória, continuaram a acreditar. Àqueles para quem Camões em Macau nunca foi um enigma, mas uma certeza.
O autor
Eduardo Alberto Correia Ribeiro nasceu em Angola (Moçâmedes, actual Namibe).Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa (1972).1973-76 (Angola): Magistrado do Mº Pº, sucessivamente, em Moçâmedes, Lobito e Luanda;1976-79 (Angola): Juiz dos Tribunais Criminais de Luanda;1979-82 (Angola): Advogado e Director do Gabinete Jurídico do Ministério dos Petróleos (Luanda);1982-85 (Porto): Advogado;1985-1998 (Macau): Director da Inspecção dos Contratos de Jogos, Director dos Serviços Prisionais e de Reinserção Social, Coordenador do Gabinete de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência; Administrador da Imprensa Oficial;1988 (Macau): Juiz substituto do Tribunal de Instrução Criminal;1994-96 (Macau): Juiz substituto do T. C. G. e T. I. C.;1999-2000 (Portugal): Director de serviços dos acordos, contratos e convenções na Direcção-Geral de Saúde;2000-2007 (em Macau): Assessor do Gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância da RAEM.
Texto da editora COD
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