Corrida de F3 em 1980
É uma grande história!”, diz Barry Bland, quando questionado como tudo aconteceu com o lendário Grande Prémio de F3 de Macau. O britânico, sempre na linha da frente do desporto motorizado desde o estabelecimento da sua organização, a Motor Race Consultants, em 1971, não poupa as palavras quando fala do drama que envolveu a criação do maior Grande Prémio de F3 do mundo.
Em 1980, o Grande Prémio de Macau era a segunda ronda do Campeonato Pacífico da FIA para carros da Fórmula Atlântico. Todavia, em 1981, só seis carros dos 19 carros da grelha de partida terminaram a prova e, no ano seguinte, só quatro carros cruzaram a linha final. Era óbvio que o evento estava em queda livre e Bland começou a debater a possibilidade de introduzir a Fórmula 2 com o então director de prova e líder do Automóvel Clube de Hong Kong, Phil Taylor. Todos percebiam que algo tinha de ser feito e rapidamente.
Entretanto, uma colisão maior parecia estar no ar quando, ao mesmo tempo que Bland iniciava contactos e procurava apoios para lançar a Fórmula 2 em Macau, o corpo dirigente da FIA promovia a série global da Fórmula Atlântico.
“Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado de Macau, teve um papel primordial tal como Phil Taylor. Com a sua capacidade de tomar uma resolução rápida fez a diferença”, diz Bland. Santos não hesitou e, em 24 horas apenas, estava tudo decidido e pronto para a Fórmula 2 chegar a Macau.
Mas, o plano levou o golpe final quando a FIA determinou que o Circuito da Guia não tinha licença para corridas de carros com a potência dos de Fórmula 2. Assim, a ideia teve de ser posta de lado. E, foi então que Bland avançou com a sugestão da Fórmula 3, que tanto contribuiu para elevar o reconhecimento do evento, dar publicidade à cidade de Macau e manter a prova até aos dias de hoje.Em 1980, o Grande Prémio de Macau era a segunda ronda do Campeonato Pacífico da FIA para carros da Fórmula Atlântico. Todavia, em 1981, só seis carros dos 19 carros da grelha de partida terminaram a prova e, no ano seguinte, só quatro carros cruzaram a linha final. Era óbvio que o evento estava em queda livre e Bland começou a debater a possibilidade de introduzir a Fórmula 2 com o então director de prova e líder do Automóvel Clube de Hong Kong, Phil Taylor. Todos percebiam que algo tinha de ser feito e rapidamente.
Entretanto, uma colisão maior parecia estar no ar quando, ao mesmo tempo que Bland iniciava contactos e procurava apoios para lançar a Fórmula 2 em Macau, o corpo dirigente da FIA promovia a série global da Fórmula Atlântico.
“Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado de Macau, teve um papel primordial tal como Phil Taylor. Com a sua capacidade de tomar uma resolução rápida fez a diferença”, diz Bland. Santos não hesitou e, em 24 horas apenas, estava tudo decidido e pronto para a Fórmula 2 chegar a Macau.
Bland afirma: “Os carros de F3 eram ligeiramente menos potentes que os da Fórmula Atlântico.
Assim, não se punha a questão de o Circuito da Guia não ser adequado. Olhando para trás, os carros de Fórmula 2, mais rápidos e pesados, talvez não tivessem sido uma boa ideia para Macau. Embora a decisão de introduzir a Fórmula 3 em Macau fosse um marco, estava ainda longe de ser a panaceia para todas as questões. Muitos aspectos do evento foram aperfeiçoados. A altamente qualificada e profissional Motor Sports Timing foi contratada para garantir resultados em segundos e não em horas, no final de cada sessão; a Yokohama iniciou a sua longa participação no evento como o fornecedor oficial de pneus; foi introduzido um vasto leque de serviços para a comunicação social, bem como uma cobertura televisiva integral e consideravelmente extensa; Murray Walker contratou um comentador e Ian Titchmarsh, ainda hoje ao serviço do evento, foi designado como o comentador de pista em língua inglesa. Isto, só para mencionar algumas inovações de uma extensa lista.
O Grande Prémio passou a alta velocidade de um evento regional para um acontecimento internacional e uma montra global para a indústria do turismo de Macau.
Bland recorda: “Nos primeiros dois anos assistiu-se a uma grande mudança. Era importante ganhar a confiança das principais equipas de F3 da Europa e do Japão. Assim, trouxemos pessoal chave e muito experiente, incluindo um médico especialista e um director de corridas. Isto, juntamente com a determinação de realização do evento em conformidade absoluta com os regulamentos da FIA, permitiu criar as bases sólidas do que é hoje o Grande Prémio de Macau.
Foi o princípio de uma relação duradoura e de confiança com as equipas, que tem sido a pedra basilar para manter a extraordinária qualidade da grelha, ano após ano.”
Inicialmente, apesar do evento ser muito o resultado de uma inspiração de Macau, o Automóvel Clube de Hong Kong (Hong Kong Automobile Association) esteve envolvido na organização, o que, segundo Bland lembra “levou a um nível de reconhecimento desproporcionado para Hong Kong”. E, há um quarto de século, “as mudanças para F3 marcaram também o período de transição que levou ao total envolvimento das autoridades de Macau, ao ponto de criarem a sua própria autoridade do desporto. O evento conta hoje com uma organização de alto nível para um Grande Prémio que é dos mais importantes acontecimentos do calendário do desporto motorizado.”
O trabalho árduo e muita determinação compensaram e o evento foi-se afirmando cada vez mais ao longo do caminho em que conquistou o título de Taça Intercontinental de Fórmula 3 da FIA. Tudo o resto, como se costuma dizer, é história.
Mas, Ayrton Senna, ao cruzar a linha final em 1983, marcou o nascimento de uma lenda das corridas motorizadas – o Grande Prémio de Fórmula 3 de Macau.
Ayrton Senna venceu em 1983
Texto publicado aquando do 54º Grande Prémio de Macau pela organização da prova
Sem comentários:
Enviar um comentário