"Esboço crítico da civilização chinesa" da autoria de J. António Filippe da Moraes Palha com um prefácio do Exmo. Sr. Dr. Camillo Pessanha. Publicado em Macau pela Typ. Mercantil N. T. Fernandes e Filhos em 1912.
Camilo Pessanha era amigo de Moraes Palha (médico). Neste prefácio denota o seu profundo conhecimento de Macau e da China.
Celina Veiga de Oliveira escreveu em "Camilo Pessanha e o sistema judiciário da sua época" (Revista Administração n.º 92, vol. XXIV, 2011-2.º):
Celina Veiga de Oliveira escreveu em "Camilo Pessanha e o sistema judiciário da sua época" (Revista Administração n.º 92, vol. XXIV, 2011-2.º):
"Pessanha chegou a Macau a 10 de Abril de 1894. No ano anterior tinha sido aberto no Diário do Governo concurso documental para professores do Liceu de Macau. Com as cartas de bacharel e de formatura obtidas na prestigiada Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, concorreu e foi nomeado professor da 8.ª cadeira, Filosofia.
Em Macau, entre 1894 e 1926, data da sua morte, Camilo Pessanha, conhecido preferencialmente pela poesia simbolista de que foi um dos maiores cultores, leccionou também outras disciplinas, como Direito Comercial, História da China, Português, História e Economia Política.
Era uma personalidade de vasta cultura geral e jurídica, reconhecida até por adversários, e de enorme curiosidade, pelo que o universo civilizacional da China aparecia aos seus olhos como um ilimitado campo de estudo e de observação. Para melhor o entender, estudou a língua e a cultura e pôde beneficiar do conhecimento pluridimensional da China, próprio da tradição portuguesa, hoje conhecida apenas em círculos académicos."
Em Macau, entre 1894 e 1926, data da sua morte, Camilo Pessanha, conhecido preferencialmente pela poesia simbolista de que foi um dos maiores cultores, leccionou também outras disciplinas, como Direito Comercial, História da China, Português, História e Economia Política.
Era uma personalidade de vasta cultura geral e jurídica, reconhecida até por adversários, e de enorme curiosidade, pelo que o universo civilizacional da China aparecia aos seus olhos como um ilimitado campo de estudo e de observação. Para melhor o entender, estudou a língua e a cultura e pôde beneficiar do conhecimento pluridimensional da China, próprio da tradição portuguesa, hoje conhecida apenas em círculos académicos."
No prefácio Pessanha descreve assim o sistema penal chinês.
"Adoptado pela dinastia manchu recentemente deposta, da qual lhe vem o nome de Tai-Cheng-Lóc-Lai, às necessidades da sua dominação, é, todavia, com as ligeiras modificações introduzidas para esse fim, a reprodução de antiquíssimos preceitos, dos quais não só a origem mas até a tradição dos primeiros trabalhos de codificação se perdem na noite dos tempos. Como interpretação, sob o ponto de vista jurídico, das acções humanas, é pelo rigor de observação que demonstra e pelo alto espírito de justiça e de bondade que o inspira, um dos mais assombrosos monumentos de sabedoria legados pelos séculos."
"Adoptado pela dinastia manchu recentemente deposta, da qual lhe vem o nome de Tai-Cheng-Lóc-Lai, às necessidades da sua dominação, é, todavia, com as ligeiras modificações introduzidas para esse fim, a reprodução de antiquíssimos preceitos, dos quais não só a origem mas até a tradição dos primeiros trabalhos de codificação se perdem na noite dos tempos. Como interpretação, sob o ponto de vista jurídico, das acções humanas, é pelo rigor de observação que demonstra e pelo alto espírito de justiça e de bondade que o inspira, um dos mais assombrosos monumentos de sabedoria legados pelos séculos."
Sugestão de leitura: “Camilo Pessanha - Prosador e Tradutor”, organização, prefácio e notas de Daniel Pires, Macau: IPOR/ICM, 1992
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