"Macau é certamente uma das possessões portuguezas mais salubres. Notam-se ali as quatro estações, cuja duração é a seguinte: o inverno compôe-se de dezembro, janeiro, fevereiro e março; a primavera, de abril e maio; o verão tem junho, julho, agosto e setembro; o outomno abrange outubro e novembro. (...) Os mezes mais húmidos são abril e maio, epocha em que o tempo se conserva quasi sempre encoberto; os menos húmidos são outubro e novembro, em que a atmosphera está clara e a temperatura é moderada, posto que haja de quando em quando rápidas descidas thermometricas.
A epocha das maiores chuvas vae de maio a agosto; e é de junho a outubro que se desencadeiam também os temíveis cyclones, chamados tufões. O mez de setembro e os princípios de outubro appare cem muitas vezes chuvosos, e ha exemplos de ter havido tufões no começo d'este ultimo. Fevereiro e novembro são os mezes de maior estiagem. No verão o thermometro chega a marcar 40° centígrados, e então o calor é suffocante; porém a temperatura media n'esta quadra é de 28° a 29° centígrados.
No inverno a temperatura geral orça por 14° a 16° centígrados; todavia ha dias em que desce a 5 e 4. Nos dias tempestuosos o barómetro baixa consideravelmente, chegando no pavoroso tufão de 1874 a 706 mm ,105, minima altura barométrica a que tem descido. É em geral na estação fria que o estado sanitário corre mais satisfactorio e, sem duvida, mais azado ao bem-estar dos europeus. (...)"
O excerto é da autoria de Bento da França e diz respeito ao final do século XIX percebendo-se por isso a português escrito na altura. Estamos no século XXI e no que ao clima diz respeito pode-se dizer que praticamente nada mudou.
Localizado no hemisfério Norte o território segue as estações do ano de Portugal, por exemplo. Ainda assim tem fenómenos climatéricos próprios como é o caso dos tufões, o elevado índice de humidade no ar e a diminuta amplitude térmica.
Não sendo habitual registarem-se temperaturas muito baixas no Inverno, numa rápida análise às temperaturas registadas entre 1901 e 2001 conclui-se que nos meses de Janeiro e Fevereiro houve anos muito frios e até houve um ano de valores negativos. A 27 e 28 de Janeiro de 1948 o mercúrio desceu aos menos dois graus centígrados.
Uma leitura mais detalhada dos dados estatísticos do século XX revela que certos anos se destacaram pelas temperaturas de Inverno demasiado baixas. Em 1903 e 1905 registaram-se 4 graus de mínima em Fevereiro; 3 graus a 8 e 9 de Janeiro de 1917; 2 graus a 4 de Fevereiro de 1919; o mês de janeiro de 1930 também foi quase todo muito frio com variações entre os 3 os 12 graus; em 1942 o valor baixo foi de 3 graus, 5 graus em 1943 e em 1945 foi de 2 graus, a 8, 9 e 11 de Fevereiro. O recorde foi batido a 26 e 27 de Janeiro de 1948 com menos dois graus. No dia 28 foi 1 grau negativo e no dia 29 foi um grau positivo.
Na década de 1950 os anos de 1955, 1956 e 1957 foram os mais frios, tendo neste último o mercúrio descido aos zero graus no dia 11 de Fevereiro. A segunda metade da década de 1960 também registou Invernos bastante frios por oposição à de 1970 onde apenas os anos de 1972, 74 e 77 tiveram dias muito frios. Em 1980, nas duas primeiras semanas de Fevereiro os termómetros oscilaram entre os 3 os 7 graus.
A epocha das maiores chuvas vae de maio a agosto; e é de junho a outubro que se desencadeiam também os temíveis cyclones, chamados tufões. O mez de setembro e os princípios de outubro appare cem muitas vezes chuvosos, e ha exemplos de ter havido tufões no começo d'este ultimo. Fevereiro e novembro são os mezes de maior estiagem. No verão o thermometro chega a marcar 40° centígrados, e então o calor é suffocante; porém a temperatura media n'esta quadra é de 28° a 29° centígrados.
No inverno a temperatura geral orça por 14° a 16° centígrados; todavia ha dias em que desce a 5 e 4. Nos dias tempestuosos o barómetro baixa consideravelmente, chegando no pavoroso tufão de 1874 a 706 mm ,105, minima altura barométrica a que tem descido. É em geral na estação fria que o estado sanitário corre mais satisfactorio e, sem duvida, mais azado ao bem-estar dos europeus. (...)"
O excerto é da autoria de Bento da França e diz respeito ao final do século XIX percebendo-se por isso a português escrito na altura. Estamos no século XXI e no que ao clima diz respeito pode-se dizer que praticamente nada mudou.
Localizado no hemisfério Norte o território segue as estações do ano de Portugal, por exemplo. Ainda assim tem fenómenos climatéricos próprios como é o caso dos tufões, o elevado índice de humidade no ar e a diminuta amplitude térmica.
Não sendo habitual registarem-se temperaturas muito baixas no Inverno, numa rápida análise às temperaturas registadas entre 1901 e 2001 conclui-se que nos meses de Janeiro e Fevereiro houve anos muito frios e até houve um ano de valores negativos. A 27 e 28 de Janeiro de 1948 o mercúrio desceu aos menos dois graus centígrados.
Uma leitura mais detalhada dos dados estatísticos do século XX revela que certos anos se destacaram pelas temperaturas de Inverno demasiado baixas. Em 1903 e 1905 registaram-se 4 graus de mínima em Fevereiro; 3 graus a 8 e 9 de Janeiro de 1917; 2 graus a 4 de Fevereiro de 1919; o mês de janeiro de 1930 também foi quase todo muito frio com variações entre os 3 os 12 graus; em 1942 o valor baixo foi de 3 graus, 5 graus em 1943 e em 1945 foi de 2 graus, a 8, 9 e 11 de Fevereiro. O recorde foi batido a 26 e 27 de Janeiro de 1948 com menos dois graus. No dia 28 foi 1 grau negativo e no dia 29 foi um grau positivo.
Na década de 1950 os anos de 1955, 1956 e 1957 foram os mais frios, tendo neste último o mercúrio descido aos zero graus no dia 11 de Fevereiro. A segunda metade da década de 1960 também registou Invernos bastante frios por oposição à de 1970 onde apenas os anos de 1972, 74 e 77 tiveram dias muito frios. Em 1980, nas duas primeiras semanas de Fevereiro os termómetros oscilaram entre os 3 os 7 graus.
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