Quem pretender fazer a história da primeira metade do século XX em Macau não pode ignorar este nome maior da sociedade macaense: Manuel da Silva Mendes (1867-1931). Formado como bacharel (advogado) em Coimbra em 1896 cedo se juntou aos movimentos que lutavam contra a monarquia e defendiam a implantação da república. Um sonho que só viu concretizado já em Macau onde chegou em 1901 para leccionar no Liceu. Desses anos ficou o livro “Socialismo Libertário ou Anarchismo: História e Doutrina” e a curiosidade aguçada pelo Oriente em geral e pela China em particular.
De espírito multifacetado, foi professor e reitor do Liceu, advogado e juiz. Teve ainda tempo para se dedicar ao estudo da filosofia taoista (deixou obras notáveis neste domínio) e para se embrenhar nos exigentes meandros da arte chinesa, como erudito e coleccionador. Entre as múltiplas obras de arte que coleccionou destaque para a chamada cerâmica de Shec Wan/Shiwan. No início do século XX, Silva Mendes visitou diversas vezes esta região do Sul da China conhecida pela produção cerâmica. Interessou-se de tal modo que junto dos fabricantes locais encomendou peças únicas tornando-se assim o primeiro coleccionador do mundo a estudar esta forma de arte. A sua valiosíssima colecção particular constitui o espólio mais significativo do desaparecido Museu Luís de Camões e hoje pode ser apreciado no Museu de Arte de Macau. A propósito, refira-se que até há bem pouco tempo no átrio da exposição permanente no museu surgia o ano de 1876 como sendo o do nascimento de Silva Mendes quando na verdade foi em 1867. Morreu em Macau em Dezembro de 1931... há 82 anos.
De espírito multifacetado, foi professor e reitor do Liceu, advogado e juiz. Teve ainda tempo para se dedicar ao estudo da filosofia taoista (deixou obras notáveis neste domínio) e para se embrenhar nos exigentes meandros da arte chinesa, como erudito e coleccionador. Entre as múltiplas obras de arte que coleccionou destaque para a chamada cerâmica de Shec Wan/Shiwan. No início do século XX, Silva Mendes visitou diversas vezes esta região do Sul da China conhecida pela produção cerâmica. Interessou-se de tal modo que junto dos fabricantes locais encomendou peças únicas tornando-se assim o primeiro coleccionador do mundo a estudar esta forma de arte. A sua valiosíssima colecção particular constitui o espólio mais significativo do desaparecido Museu Luís de Camões e hoje pode ser apreciado no Museu de Arte de Macau. A propósito, refira-se que até há bem pouco tempo no átrio da exposição permanente no museu surgia o ano de 1876 como sendo o do nascimento de Silva Mendes quando na verdade foi em 1867. Morreu em Macau em Dezembro de 1931... há 82 anos.

Para além dos textos e obras de arte, Manuel da Silva Mendes acabaria por deixar como seu legado ao território a casa que construiu de raiz na encosta da Guia, uma construção de estilo neoclássico. Na toponímia local ficou a homenagem numa rua e numa travessa com o seu nome.
PS: Muito mais há para dizer sobre a vida e a obra de Silva Mendes mas terá de ficar para uma próxima oportunidade. Estou nesta altura a finalizar a sua biografia pelo que qualquer contributo (fotos, documentos, testemunhos....) é bem-vindo e pode ser enviado para o e-mail macauantigo@gmail.com
O Tao Te Ching, da autoria de
Lao Tze, é uma das obras fundamentais do taoísmo. Curioso este livro
editado pela Imprensa Nacional em 1908 mas com a indicação "conferência
realizada no grémio militar de Macau em 3 de Janeiro de 1909".
Casa Silva Mendes. Construção de estilo neo-clássico que integra alguns elementos de inspiração militar, apresentando um aspecto geral sólido e imponente.
Edifício classificado de Interesse Arquitectónico, localiza-se na Colina da Guia e é actualmente sede do Instituto Internacional de Tecnologia de Software da Universidade das Nações Unidas.
Nota: artigo publicado no JTM de 30.1.2014
Nota: artigo publicado no JTM de 30.1.2014
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