Fotografias de José Neves Catela
No livro “Macau”, editado pela Imprensa Nacional em 1950, Francisco de Carvalho e Rêgo (1898-1960), dedica um capítulo ao início do século XX no território (ele chegou a Macau em 1908). Chamou-lhe “Macau… há quarenta anos” e daí retirei um excerto sobre as festividades do ano novo lunar.
José Neves Catela fotografou Macau durante quase duas décadas e fê-lo de tal forma bem que as fotos que seleccionei bem podiam ter sido usadas no livro de Francisco de Carvalho e Rêgo. Ora reparem...
"O ano novo chinês era muito festejado e por todas as ruas se viam as bancas de ‘clu-clu’, jogo que era explorado por gente de poucos recursos, onde todos, desde as crianças aos velhos, arriscavam a sorte.
Era à meia-noite da antevéspera que o governador da colónia dava início à festividade, jogando uma parada de cem patacas num ‘fantan’ instalado num velho edifício, que hoje já não existe, e que estava situado a meio da Rua das Estalagens.
Então, a população da colónia andava no ‘Bazar chinês’ em vaivém constante, dos ‘fantans’ para as bancas de ‘clu-clu’ e destas para os restaurantes chineses, sempre comendo pevides e frutas cristalizadas.
Duravam cinco dias, estes festejos e todos se julgavam na obrigação de jogar, fosse o que fosse: era costume! Mas a vida era fácil e o dia de amanhã pouco ou nada preocupava aqueles que julgavam que tudo era eterno e sempre gozado em leito de rosas."
Era à meia-noite da antevéspera que o governador da colónia dava início à festividade, jogando uma parada de cem patacas num ‘fantan’ instalado num velho edifício, que hoje já não existe, e que estava situado a meio da Rua das Estalagens.
Então, a população da colónia andava no ‘Bazar chinês’ em vaivém constante, dos ‘fantans’ para as bancas de ‘clu-clu’ e destas para os restaurantes chineses, sempre comendo pevides e frutas cristalizadas.
Duravam cinco dias, estes festejos e todos se julgavam na obrigação de jogar, fosse o que fosse: era costume! Mas a vida era fácil e o dia de amanhã pouco ou nada preocupava aqueles que julgavam que tudo era eterno e sempre gozado em leito de rosas."
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