"Macau no primeiro quartel de oitocentos", de Jorge de Abreu Arrimar, é um trabalho de história que abrange as vertentes política, económica, social, e também cultural, do território de Macau no primeiro quartel do século XIX. O seu autor – historiador, escritor e antigo director da Biblioteca Nacional / Central de Macau (1986-98) – produziu uma investigação baseada em importante documentação de arquivo e enquadrada na conjuntura política internacional em que a história macaense se insere, nomeadamente no âmbito das relações entre a China e as potências coloniais europeias. Aborda, igualmente, as rivalidades inter-europeias e os conflitos regionais no sul da China. O agitado meio mercantil de Macau, com o negócio do ópio cru (anfião) em crescente protagonismo, os grupos sociais do território macaense e as suas interacções, o poder político e a controversa questão da soberania, são, igualmente, temas tratados neste livro, edição deste ano do ICM.

O primeiro volume é o resultado da pesquisa iniciada há já alguns anos, quando o autor ainda residia em Macau, tendo por objetivo principal o estudo de uma época profundamente marcada pela figura polémica e intrigante do ouvidor Miguel de Arriaga Brum da Silveira. O facto de Jorge Arrimar ter vivido nos Açores e em Macau, e Arriaga ser natural daquele arquipélago atlântico, motivou-o a estudar a vida e a obra desta relevante personagem de Macau oitocentista. Para além disso, esta era uma época menos estudada pelos historiadores da presença portuguesa no Extremo Oriente, mais interessados em épocas anteriores (séc. XVI-XVIII) e imediatamente posteriores, sobretudo a partir de meados do séc. XIX, quando a Guerra do Ópio dá origem ao nascimento da colónia inglesa de Hong Kong

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