Imagem da década 1920
à esquerda: o que parece ser um modelo T-Ford e atrás das árvores (ao fundo): o hotel Boa (Bela) Vista
à direita: Palácio do Governo e Palácio das Repartições (bandeira hasteada)
ao cento/ao fundo: a Penha
... um postal da primeira década do século XX
O Palácio do Governo na década de 1970 (cima) e ca. 1900-10 (baixo)
segundo projecto do arquitecto macaense José Agostinho Tomás de Aquino (1804-1852).
segundo projecto do arquitecto macaense José Agostinho Tomás de Aquino (1804-1852).
Em 1894 o conde de Arnoso (que passou por Macau uns anos antes) escreve: "O Palácio do Governo, comprado à família Cercal, é um vasto edifício de bela aparência. Durante algum tempo estiveram nela diversas repartições; mais tarde, durante a última administração, todas se instalaram, com grande comodidade para o serviço público, no antigo Palácio do Governo, um óptimo edifício também, e onde principalmente se admira a sala do tribunal, que era a antiga sala do trono do palácio. (...) Ao lado fica o pequeno Correio estabelecido também durante o governo de Tomás da Rosa. Até então era coisa que não havia na província! Toda a correspondência se enviava, pelo vapor da carreira, ao correio de Hong Kong".
De acordo com a arquitecta Ana Tostões, o edifício "foi construído na Praia Grande em 1849, sendo então propriedade do barão (depois visconde) do Cercal, Alexandrino António de Melo, que o arrendou ao governador José Maria Lobo d’Ávila em 8 de Junho de 1873."
Após a morte do Barão de Cercal a viúva não consegue saldar dívidas à banca e o palácio é adquirido pelo governador Joaquim José da Graça, em hasta pública, em 1881, pela quantia de 21 mil patacas.
Já nas primeiras décadas do século XX a fachada do edifício iria sofre algumas alterações.
Pedro Dias refere "O edifício actual é em forma de U, com dois corpos extremos salientes dotados de varandas e uma outra varanda ao longo de toda a frontaria antiga, plana. Ficou com maior dignidade, nomeadamente com a construção de outro corpo avançado na entrada, com acesso por uma escadaria que é apenas de aparato. O arquitecto utilizou também aqui a gramática neoclássica, então em voga em Macau, e que era símbolo de dignidade das construções, vincando sobretudo os frontões triangulares das janelas e das varandas do andar superior. Na decoração do interior, igualmente neoclássica, destacam‐se a escadaria e o salão nobre."
Em 1983 o palácio foi completamente restaurado. Nas traseiras do edifício foi construído, em 1994, um novo edifício onde passaram a estar os gabinetes dos secretários-adjuntos. No primeiro andar estava instalado o gabinete do governador, a Sala dos Retratos (retratos de 41 governadores desde meados do século passado) e a Sala Azul (decorada com azulejos portugueses, mobília no estilo D. João V e tapeçarias a partir de duas pinturas de Almada Negreiros e de uma de João Botelho). Do palácio faz ainda parte um jardim estilo ocidental.
Após a morte do Barão de Cercal a viúva não consegue saldar dívidas à banca e o palácio é adquirido pelo governador Joaquim José da Graça, em hasta pública, em 1881, pela quantia de 21 mil patacas.
Em 1883, o governador Thomaz de Sousa Roza transfere a residência oficial do antigo Palácio do Governo (também na Praia Grande no local onde hoje se ergue o edifício dos Tribunais) para o palácio dos barões de Cercal, situação que se mantém, com algumas excepções, até 1937, quando, por iniciativa do governador Tamagnini Barbosa, Santa Sancha passa, definitivamente, a residência dos governadores de Macau.
"Já antes existira um outro Palácio do Governo, mas a certa altura foi considerado demasiadamente modesto, quer para as necessidades funcionais da administração do território, quer mesmo como símbolo da autoridade. Há documentação que nos fornece importantes notícias acerca de obras que foram efectuadas. O procurador Luís Coelho ficou encarregue da sua construção em 1767, e a obra foi concluída em 1769. Nesse mesmo ano, a 4 de Janeiro, foi feita a vistoria final, sendo as chaves entregues no Senado, a 4 de Março, com o pagamento das últimas despesas. Já nas primeiras décadas do século XX a fachada do edifício iria sofre algumas alterações.
Pedro Dias refere "O edifício actual é em forma de U, com dois corpos extremos salientes dotados de varandas e uma outra varanda ao longo de toda a frontaria antiga, plana. Ficou com maior dignidade, nomeadamente com a construção de outro corpo avançado na entrada, com acesso por uma escadaria que é apenas de aparato. O arquitecto utilizou também aqui a gramática neoclássica, então em voga em Macau, e que era símbolo de dignidade das construções, vincando sobretudo os frontões triangulares das janelas e das varandas do andar superior. Na decoração do interior, igualmente neoclássica, destacam‐se a escadaria e o salão nobre."
Em 1983 o palácio foi completamente restaurado. Nas traseiras do edifício foi construído, em 1994, um novo edifício onde passaram a estar os gabinetes dos secretários-adjuntos. No primeiro andar estava instalado o gabinete do governador, a Sala dos Retratos (retratos de 41 governadores desde meados do século passado) e a Sala Azul (decorada com azulejos portugueses, mobília no estilo D. João V e tapeçarias a partir de duas pinturas de Almada Negreiros e de uma de João Botelho). Do palácio faz ainda parte um jardim estilo ocidental.
Desde 2001 o Palácio (algumas salas) é aberto ao publico dois dias por ano. As fotos acima são da autoria de Bessa Almeida e documentam o facto em Outubro último. O edifício ocupa uma vasta área que ronda os 8 mil metros quadrados. O espaço onde está implantado tem um total de 10 mil m2. Um edifício imponente na zona nobre da cidade, a Praia Grande.
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