quarta-feira, 2 de outubro de 2013

"China" por Camilo Pessanha

China: estudos e traduções / Camilo Pessanha
1ª ed. Lisboa: Agência Geral das Colónias, 1944
Camilo Pessanha nasceu em Coimbra, em 1867. Em 1891 formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Em 1894 chega a Macau onde vai estrear como professor o Liceu que acabara de ser criado. Tal como muitos outros professores que tinham o curso de advocacia (bacharel) passa a acumular com a actividade de professor a de advogado. Seria ainda conservador do registro predial de Macau. Morreu em 1926 vítima de tuberculose. Tinha 58 anos.
Este "China" foi editado em 1944 pela Agência Geral das Colónias. Reúne o conjunto de estudos e ensaios sobre a civilização, literatura e cultura chinesas.
Aqui pode encontrar-se, por exemplo, a tradução de oito elegias chinesas. E ainda a tradução de alguns provérbios chineses. como estes:

De pai juiz,
Ou filho ou neto
muito infeliz.

Pai mandarim:
Ou filho ou neto
Que tem mau fim.

O fascínio de Pessanha pelo Oriente e pela China em particular remonta à sua juventude. Aceita-se como certo de que a sua partida para Macau se deveu a um desgosto amoroso.
Por explicar está também até que ponto o poeta dominava a língua chinesa. Certo é que logo em 1910, com poucos anos de vida em Macau, acaba por realizar um desejo antigo com a publicação de umas traduções nas páginas do jornal macaense "O Progresso". Nesta publicação foram publicadas ao longo de várias edições as Oito elegias chinesas. Não é pois  demais afirmar que foi graças a Camilo Pessanha que o Ocidente deu um passo decisivo no conhecimento mais profundo da  literatura chinesa.
Mas Pessanha acabaria por ficar conhecido com a obra "Clepsidra". Foi publicada em 1922  por João de Castro Osório e Ana de Castro Osório que recolheram os poemas e trabalhos do poeta que se encontravam dispersos por jornais e revistas.  É um dos principais representantes do simbolismo português.  Em Macau o seu nome ficou imortalizado na toponímica, na numismática e numa estátua.

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