de chegada de ocupação japonesa no verso.
Carta transportada pela I.A.S. (Imperial Airways Service) com marca “PAR AVION HONG KONG – DURBAN” barrada a encarnado, significando que o percurso aéreo terminara na cidade sul-africana.
O início da Segunda Guerra Mundial na Europa a 3 de Setembro de 1939 não afectou minimamente o serviço postal aéreo de Macau. Na altura, por se tratar ainda dum conflito regional, a troca de correspondências por correio aéreo entre Macau e o Mundo Ocidental continuava a funcionar normalmente, sem sobressaltos, e a ser assegurada pelas várias companhias aéreas que operavam através das suas rotas habituais.
Entre Macau e a Europa, as correspondências eram encaminhadas pelas companhias europeias: a inglesa Imperial Airways, mais tarde denominada BOAC (via Hong Kong – Brindisi), a francesa Air France (via Saigão – Marselha) e a holandesa KLM. Para o continente americano, o correio era transportado pelos hidroaviões Clippers da Pan American.
Porém, o agravamento da guerra na Europa em meados de Junho de 1940, motivado pela ocupação alemã da França e pela entrada da Itália no conflito, pôs termo a esta situação de acalmia. As companhias de aviação europeias deixaram de voar para o Oriente através do Mediterrâneo, procurando rotas alternativas. A Air France suspendeu mesmo a linha Marselha – Saigão. A companhia inglesa BOAC estabeleceu a chamada rota Horseshoe, ligando a Europa às terras asiáticas pela África Oriental. Era por esta rota que a correspondência aérea de Macau era encaminhada para a Europa, via Hong Kong – Banquecoque. Chegado a cidade africana de Durban (África do Sul), o terminal do percurso, o correio, na sua maioria, era então conduzido para o continente europeu pela via marítima.
Porém, o agravamento da guerra na Europa em meados de Junho de 1940, motivado pela ocupação alemã da França e pela entrada da Itália no conflito, pôs termo a esta situação de acalmia. As companhias de aviação europeias deixaram de voar para o Oriente através do Mediterrâneo, procurando rotas alternativas. A Air France suspendeu mesmo a linha Marselha – Saigão. A companhia inglesa BOAC estabeleceu a chamada rota Horseshoe, ligando a Europa às terras asiáticas pela África Oriental. Era por esta rota que a correspondência aérea de Macau era encaminhada para a Europa, via Hong Kong – Banquecoque. Chegado a cidade africana de Durban (África do Sul), o terminal do percurso, o correio, na sua maioria, era então conduzido para o continente europeu pela via marítima.
A linha Hong Kong – Banquecoque, via Hanói, revelou-se todavia pouco segura, devido às constantes ameaças japonesas na Indochina francesa, pelo que foi abandonada em 15 de Outubro de 1940, passando a conexão à rota Horseshoe a ser realizada através de Chongqing, capital da China não ocupada ou pela Singapura. Recorda-se que a invasão da China pelo Japão começou em Julho de 1937, originando a 2ª Guerra Sino-japonesa (1937-45). Em Maio de 1938, já grande parte da China litoral se encontrava nas mãos das tropas nipónicas, forçando o governo nacionalista chinês a mudar a sua capital, de Nanking para o interior em Chongqing.
A segunda imgam mostra uma carta, circulada de Macau para Portugal e transportada pela BOAC de Hong Kong a Durban. Expedida a 28 de Outubro de 1940, só chegou ao seu destino em 12 de Janeiro de 1941, ou seja, 2 meses e meio depois. O seu trânsito pela África e o caminho marítimo, aliado ao facto de ter sido censurada, são as razões apontadas para a morosidade da sua chegada.
Entretanto, aproveitando os voos intercontinentais dos Clippers da Pan American (FAM14 e FAM18), os Correios de Macau criaram em 15 de Julho de 1940 uma nova rota para fazer chegar as suas malas de correio à Europa mais rapidamente (em Portugal, no sentido inverso, esta rota entrou em serviço em 27 de Junho de 1940). A sua sobretaxa aérea de 1,90 pataca por 5 gramas de peso era, no entanto, elevadíssima, face ao valor praticado pela rota Horseshoe que era de 55 avos pelo mesmo peso (nota-se, a título informativo e em termos comparativos, que, hoje em dia, mais de 60 anos depois, o porte mínimo duma carta por via aérea, de Macau a Portugal, é de 3 patacas ou de 4,50 patacas para a Europa, para um peso até 10 gramas). Trata-se, contudo, dum percurso totalmente aéreo, pelo que era justificável o seu preço, atendendo à rapidez com que as correspondências chegavam ao seu destino em tempo de guerra. As correspondências de Macau eram primeiro remetidas pela rota do Pacífico (FAM14) para S. Francisco com várias escalas (Hong Kong, Manila, Guam, Wake Island, Midway Island e Havai), daí seguiam para Nova Iorque depois de atravessar todo o território americano, de oeste a leste. De Nova Iorque eram finalmente enviadas para Lisboa através da rota do Atlântico (FAM18), via Bermudas e Horta. Datada de 10 de Março de 1941, a referida carta chegou a Lisboa em 2 de Abril de 1941.
A segunda imgam mostra uma carta, circulada de Macau para Portugal e transportada pela BOAC de Hong Kong a Durban. Expedida a 28 de Outubro de 1940, só chegou ao seu destino em 12 de Janeiro de 1941, ou seja, 2 meses e meio depois. O seu trânsito pela África e o caminho marítimo, aliado ao facto de ter sido censurada, são as razões apontadas para a morosidade da sua chegada.
Entretanto, aproveitando os voos intercontinentais dos Clippers da Pan American (FAM14 e FAM18), os Correios de Macau criaram em 15 de Julho de 1940 uma nova rota para fazer chegar as suas malas de correio à Europa mais rapidamente (em Portugal, no sentido inverso, esta rota entrou em serviço em 27 de Junho de 1940). A sua sobretaxa aérea de 1,90 pataca por 5 gramas de peso era, no entanto, elevadíssima, face ao valor praticado pela rota Horseshoe que era de 55 avos pelo mesmo peso (nota-se, a título informativo e em termos comparativos, que, hoje em dia, mais de 60 anos depois, o porte mínimo duma carta por via aérea, de Macau a Portugal, é de 3 patacas ou de 4,50 patacas para a Europa, para um peso até 10 gramas). Trata-se, contudo, dum percurso totalmente aéreo, pelo que era justificável o seu preço, atendendo à rapidez com que as correspondências chegavam ao seu destino em tempo de guerra. As correspondências de Macau eram primeiro remetidas pela rota do Pacífico (FAM14) para S. Francisco com várias escalas (Hong Kong, Manila, Guam, Wake Island, Midway Island e Havai), daí seguiam para Nova Iorque depois de atravessar todo o território americano, de oeste a leste. De Nova Iorque eram finalmente enviadas para Lisboa através da rota do Atlântico (FAM18), via Bermudas e Horta. Datada de 10 de Março de 1941, a referida carta chegou a Lisboa em 2 de Abril de 1941.
O bloqueio japonês durante a Guerra do Pacífico
Com o deflagrar da Guerra do Pacífico em Dezembro de 1941 e na sequência do bloqueio japonês a toda a zona da Ásia Oriental o serviço postal aéreo de Macau cessou por completo. A nível postal, o Território ficou assim quase totalmente isolado do mundo exterior, só havendo comunicação com a cidade vizinha de Hong Kong (sob o domínio japonês desde 25 de Dezembro de 1941) e correspondências esporádicas para as outras partes do mundo, sempre por via superfície.
Texto de José Fernandes Guerreiro in boletim do Clube Filatélico de Portugal
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