O primeiro hijacking - sequestro - da história aconteceu em MACAU com um fim trágico, quando um avião 'Catalina' - modelo PBY-5 - que fazia a ligação diária Macau Hong-Kong em 1948 (16 de Julho) se despenhou em pleno mar em voo picado, devido à morte do piloto que caiu sob a manche executado por um assaltante do avião.
Quando se fala em Miss Macau, a maioria das pessoas pensa em desfiles de beldades em fato de banho diante de uma plateia sorridente e das câmaras de televisão. Mas na história dos aviões Miss Macau representa o primeiro desvio aéreo ocorrido no Mundo, muito antes da generalização das operações de pirataria e de terrorismo aeronáutico registada na década de 70 do século passado.
O ataque foi tão “antes de tempo” que o avião desviado era um anfíbio Catalina e o motivo não teve nada a ver com motivações políticas, mas apenas com o roubo de uma considerável quantidade de ouro que transportava de Macau para Hong Kong.
O comércio de ouro, cuja proibição decretada pelo tratado de Bretton-Woods estava prestes a vigorar em Hong Kong, motivou um enorme frenesim aéreo, com a criação, em 1948, de uma companhia de aviação em Macau – MATCO, Macau Aerial Transport Co. – e a tentativa frustrada de se criar uma pista na Areia Preta. Em alternativa, o então homem forte de Macau, Pedro José Lobo, associa-se aos fundadores da Cathay Pacific com os quais explora a rota para Hong Kong com aparelhos anfíbios que usavam as águas do Porto Exterior para chegar e sair de Macau. É um desses Catalina que em 16 de Junho de 1948 é assaltado em pleno voo por uma quadrilha de chineses, embarcados em Macau como passageiros, e que apenas conseguem fazer despenhar o avião, levando para a morte todos os que iam a bordo, excepto um dos assaltantes que ficaria preso em Macau durante alguns anos. No dia da sua libertação, foi morto à porta da cadeia.
O ataque foi tão “antes de tempo” que o avião desviado era um anfíbio Catalina e o motivo não teve nada a ver com motivações políticas, mas apenas com o roubo de uma considerável quantidade de ouro que transportava de Macau para Hong Kong.
O comércio de ouro, cuja proibição decretada pelo tratado de Bretton-Woods estava prestes a vigorar em Hong Kong, motivou um enorme frenesim aéreo, com a criação, em 1948, de uma companhia de aviação em Macau – MATCO, Macau Aerial Transport Co. – e a tentativa frustrada de se criar uma pista na Areia Preta. Em alternativa, o então homem forte de Macau, Pedro José Lobo, associa-se aos fundadores da Cathay Pacific com os quais explora a rota para Hong Kong com aparelhos anfíbios que usavam as águas do Porto Exterior para chegar e sair de Macau. É um desses Catalina que em 16 de Junho de 1948 é assaltado em pleno voo por uma quadrilha de chineses, embarcados em Macau como passageiros, e que apenas conseguem fazer despenhar o avião, levando para a morte todos os que iam a bordo, excepto um dos assaltantes que ficaria preso em Macau durante alguns anos. No dia da sua libertação, foi morto à porta da cadeia.
Texto elaborado a partir do livro “Um Século de Aventuras, Aviação em Macau” - Edição Livros do Oriente de Luís Andrade de Sá.
Miss Macao was a Catalina seaplane, owned by Cathay Pacific and operated by a subsidiary. On 16 July 1948 she became the victim of the first hjiacking of a commercial aircraft.
The Miss Macao was on a routine flight from Macau to Hong Kong. She was hijacked a few minutes after take off by four men carrying guns, one of whom demanded that the co-pilot surrender the controls. The co-pilot refused and was shot. The pilot, Dale Warren Cramer, who had been up in the dome of the PBY, jumped down to see what was going on and was shot five times in the back by a Chinese man with a machine gun. He then collapsed onto the flight controls. The plane went into an uncontrolled dive and crashed into the sea. Twenty-six of the 27 people aboard died in the crash. The only survivor was the leader of the hijackers (as recalled by the brother of pilot).
The lone survivor, Huang Yu, was brought to court by the Macau police, but the Macau court suggested that the prosecution should be brought in Hong Kong instead, since the plane was registered in Hong Kong and most of the passengers were from there. However, the British colonial government in Hong Kong stated that the incident happened over Chinese territory in which the British have no jurisdiction. In the end, Huang was acquitted.
The Miss Macao was on a routine flight from Macau to Hong Kong. She was hijacked a few minutes after take off by four men carrying guns, one of whom demanded that the co-pilot surrender the controls. The co-pilot refused and was shot. The pilot, Dale Warren Cramer, who had been up in the dome of the PBY, jumped down to see what was going on and was shot five times in the back by a Chinese man with a machine gun. He then collapsed onto the flight controls. The plane went into an uncontrolled dive and crashed into the sea. Twenty-six of the 27 people aboard died in the crash. The only survivor was the leader of the hijackers (as recalled by the brother of pilot).
The lone survivor, Huang Yu, was brought to court by the Macau police, but the Macau court suggested that the prosecution should be brought in Hong Kong instead, since the plane was registered in Hong Kong and most of the passengers were from there. However, the British colonial government in Hong Kong stated that the incident happened over Chinese territory in which the British have no jurisdiction. In the end, Huang was acquitted.
Over the next 30 years, hijackings became increasingly frequent. The 10-year average—between 1948 and 1957—was just over one per year, but the annual average from 1968 to 1977 climbed to 41 per year. Since 1948, airline security measures have improved greatly and the number of hijackings has not again reached 1970s heights.
Caro Joao Botas.
ResponderEliminarMoro atualmente em Macau. Sou piloto e me ineresso pela Historia da Aviacao. Estou Escrevendo um artico a respeito do serquetro do Miss Maco. Vi a algum tempo atras um artigo sobre um livro o qual relata o sequestro. Gostaria de saber se voce tem alguma referencia sobre este livro ou algum outro. Grato Jose Lourenco dos Santos Jr
Caro José, conforme está referido no post existe o livro “Um Século de Aventuras, Aviação em Macau” - Edição Livros do Oriente, de Luís Andrade de Sá.
ResponderEliminarPode ainda consultar, já que está em Macau, o "Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau", Macau, 76 (882) Jul. 1978, p. 313-345. Tem um texto do Monsenhor Manuel Teixeira intitulado "Tentativa de rapto dum avião em Macau". Bom trabalho!