A propósito da morte de Urbano Tavares Rodrigues (UTR) há poucos dias, serve este post para recordar um dos maiores escritores portugueses do século XX e que na sua escrita contemplou Macau.
Como jornalista trabalhou no Diário de Notícias (para onde entrou em 1946), Diário de Lisboa, Artes e Letras, Jornal do Comércio e O Século, entre outros órgãos, e enquanto escritor assinou uma obra (cerca de 100 títulos) em que expressou preocupações sociais e tendências políticas.Preso pela PIDE em 1963 e 1968, foi neste período que escreveu “Contos de Solidão”. Em 1969 filiou-se no PCP, pelo qual chegou a ser eleito deputado, embora não tenha aceite exercer o mandato.
Como jornalista trabalhou no Diário de Notícias (para onde entrou em 1946), Diário de Lisboa, Artes e Letras, Jornal do Comércio e O Século, entre outros órgãos, e enquanto escritor assinou uma obra (cerca de 100 títulos) em que expressou preocupações sociais e tendências políticas.Preso pela PIDE em 1963 e 1968, foi neste período que escreveu “Contos de Solidão”. Em 1969 filiou-se no PCP, pelo qual chegou a ser eleito deputado, embora não tenha aceite exercer o mandato.
UTR foi distinguido com os galardões literários da Associação Internacional de Críticos Literários e da Imprensa Cultural, os prémios Ricardo Malheiros, Aquilino Ribeiro, Fernando Namora, Jacinto do Prado Coelho, Camilo Castelo Branco e o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (2003).
Algumas das obras que deixou: “Bastardos do Sol”, “Dissolução”, “Estrada de morrer”, “Agosto no Cairo: 1956”, “O Tema da Morte na Moderna Poesia Portuguesa”, integrado depois em “O Tema da Morte: Ensaios”, “O Algarve na Obra de Teixeira Gomes”, “A Saudade na Poesia Portuguesa”, “A Natureza do Ato Criador”, “O último dia e o primeiro”, “Contos da solidão”, “Os insubmissos”, “Tempo de cinzas”, “Torres Milenários”, “Bastardos do Sol”, “O Algarve em poema”, “Os Cadernos Secretos do Prior do Crato”.
O romance editado em 2000, “O Supremo Interdito” é um "thriller psicológico, que tem como protagonista o serial-killer Alcino Romeu Carrasco, desenrola-se também a Oriente, com o final da década de 1990 em Macau a servir de cenário para a deriva nocturna do personagem atormentado, “um homem sem qualidades”, que encontra o exotismo do exotismo numa euro-asiática de olhos azuis, e, por fim, a brutalidade de um crime."
O capítulo “A Chinesa de Olhos Azuis” foi escolhido por Urbano Tavares Rodrigues para ser divulgado em pré-publicação numa edição da Revista Camões destinada a assinalar a transferência de Administração de Macau, no final de 1999. A primeira imagem deste post é retirada daí.
Ainda a propósito de UTR regferência para o livro "Quatro Estações - Memórias de um Portugal Maio, (romance) editado em 2011 pela editora Âncora da autoria de José Maria Rodrigues da Silva (juíz). Urbano Tavares Rodrigues considera-o "um grande romance interrogativo". O poeta brasileiro Ivan Junqueira, que o prefacia, chama-lhe, en passage "um romance insólito", o que quer dizer extraordinário, fora do vulgar. João da Fonseca, o narrador, tinha três objectivos na vida: escrever, descobrir o mundo que os portugueses construíram e encontrar o sentido da vida. Um pai tirânico impede-o de tentar realizar logo o que sonhara. Mas a mãe, ao morrer, deixa-lhe uma fortuna imensa que ele delapidará em favor dos que mais precisam. (...) Só depois vai peregrinar por Macau, Goa, Malaca, Nagasaki, Tanegashima e, por fim, pelo Brasil. Descobre que em todos esses lugares a marca que os portugueses deixaram se mantém viva. Este romance é uma conciliação entre o patriotismo e a solidariedade, uma crítica do individualismo egoísta, a exaltação da gesta de quinhentos e uma procura do sentido da vida. Texto de apresentação do livro.
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