segunda-feira, 30 de abril de 2012

Monsenhor Manuel Teixeira: fotografias de António Andrade


Com esta sequência de fotografias da autoria do Prof. António Andrade terminam as 'comemorações' do centenário de Monsenhor Manuel Teixeira (1912-2003) aqui no blog. Estávamos no final da década de 1970, um dos períodos mais ricos da sua vida e obra.
O amigo António Aresta enviou-me este texto do padre M. Teixeira. Foi publicado a 9-11-1992 no jornal Gazeta Macaense onde o padre assinava uma coluna bastante lida intitulada "grãozinhos de bom senso"
Um Malfadado Baile 
Durante a II Guerra Mundial, houve uma aluna do Liceu que se lembrou de promover um baile nos dias de Carnaval. No seu entusiasmo juvenil mandou imprimir e distribuir convites, dizendo que o baile se realizaria no edifício da União Nacional ; mas esqueceu-se duma coisa ; de pedir licença ao Presidente da União Nacional, Dr. Artur de Almeida Carneiro, que era também Reitor do Liceu. Estava tudo pronto. À última hora, a menina avisou o Presidente da U.N. e este recusou ceder o edifício para o baile, alegando que não convinha estarmo-nos a divertir com danças, quando 100 chineses morriam diariamente de fome em Macau, e muitos milhares na China e em toda a Ásia. Seria dançar sobre os cadáveres. Se a menina fosse uma simples aluna liceal, mandava um aviso para o jornal e o dito por não dito: o baile ficava cancelado. Mas não. A menina Gabriela era filha do governador Gabriel; e este, em vez de dar umas nalgadas na menina por essa triste ideia, apoiou-a. Mandou chamar o Dr. Carneiro ao Palácio, mas este recusou. Dizia-me então o Carlos de Vasconcelos, director do BNU: “o Carneiro é calado; mas quando marra, marra bem”. O Gabriel mandou realizar o baile; mas todos os vogais da U.N. se demitiram em bloco. E assim terminou o semanário “União”, um dos melhores jornais que se tem publicado em Macau.

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