O jardim Luís de Camões é um dos mais antigos de Macau. Esta elevação, colina de Patane, fazia parte no século XVIII, dos terrenos da casa ocupada pelo administrador da "British East India Company". Os ingleses saíram em 1835 e a propriedade voltou a ser administrada pela família do Conselheiro Manuel Pereira. O seu genro, Comendador Lourenço Marques, mandou colocar um busto do poeta no jardim, fortalecendo a tradição já existente que afirmava ter sido Luís de Camões um dos primeiros moradores de Macau, que, nos penedos deste local, teria escrito parte do poema épico Os Lusíadas. O actual busto em bronze, foi inaugurado em 1866. A Gruta foi comprada pelo governo de Macau em 1885.
A Casa Garden foi propriedade do “abastado negociante” Manuel Pereira e o seu genro, o fidalgo e comendador Lourenço Marques, à época proprietário do prédio, “resolveu cedê-lo ao Estado por 30 mil patacas” - transacção feita em 1885, durante o Governo de Tomás Rosa.
Ainda recentemente os herdeiros do comendador vieram dizer que o que foi vendido foi o jardim e a gruta e não a Casa Garden. Uma polémica que promete e está nos tribunais.
Voltando atrás, há um diploma legislativo, datado de 1958, em que o Governo determina a transferência do Museu Luís de Camões para o Leal Senado e “autorizou o seu representado [a antiga Câmara] a registar em seu nome a propriedade do edifício”. Desde essa data, lê-se na escritura, “é do conhecimento geral” que o prédio e área adjacente “passaram para a posse executiva, pacífica e contínua do seu representante que, desde então, nele tem praticado os mais diversos actos de proprietário”. Contudo, o prédio nunca tinha sido descrito na Conservatória nem nunca tinha sido efectuada a inscrição da propriedade a favor de ninguém até 1989... ano em que é adquirido pela Fundação Oriente.
Segundo os herdeiros: “A família perdeu o prédio, o Leal Senado ficou prejudicado com a venda e Macau perdeu um museu”.
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