quinta-feira, 26 de março de 2009

Macau no final do séc. XIX - vista por um turista americano


Em 1892 Charles A. Gunnison publicou o livro "In Macau". Do texto retirei e traduzi alguns excertos que permitem fazer um retrato da cidade no final do século XIX.
"A primeira impressão que se tem de Macau, à medida que o vapor se aproxima oriundo de Hong Kong, é a de que fomos transportados para o solarengo Mediterrâneo. Se não fosse a cor das águas e os juncos, Macau seria o retrato perfeito de uma cidade costeira mediterrânica. A começar pela imponente baía, desde a fortaleza de S. Francisco até à N. Srª do Bom Parto. Chegados a terra (NT. Porto Interior) a bandeira azul e branca de Portugal (NT. a da monarquia) lembra que estamos na possessão mais oriental do país. (...) Um 'coolie' transporta-nos numa cadeira de bambu para o centro. Já escureceu mas os candeeiros públicos permitem olhar a cidade. Ali, ao fundo da Estrada de S. Francisco sobressaem as luzes que atravessam as janelas do hospital S. Januário. (...) A hora de jantar é às 21h. O domingo é o único dia da semana em que a cidade parece existir... tal é a tranquilidade dos restantes. Vou visitar a igreja da Penha. Construído em 1622, está num dos pontos mais elevados do território para ficar mais protegida de uma eventual invasão chinesa. Muitas estradas, embora estreitas, estão pavimentadas. (...) O Governo obtem a maior parte das receitas através da concessão do jogo, uma das principais atracções da cidade. (...) Não deve haver cenário mais solitário e pitoresco que as ruínas de S. Paulo".

3 comentários:

  1. ilustração feita pelo talentoso britânico thomas allom (1804-1872). criou ilustrações em 'woodblock' da europa e médio oriente e em 1845 dedicou-se às imagens que apareceram nas publicações "China Illustrated" nesse ano

    vanessa seed

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  2. obrigado pelo contributo/informação adicional Vanessa.

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