O relato que se segue é de uma "Soireé no Palácio do Governo de Macau" no Carnaval de 1896 publicado no jornal Echo Macaense. Foi uma noite bem animada com as "salas do palácio vestidas de gala" onde se destacou a mulher do governador Horta e Costa que "ostentava um rico vestido de seda branco com finos ramos bordados a fio d’oiro" e onde a última valsa "dançou-se às 6 horas da manhã"...
Baía da Praia Grande numa pintura do século 19. Autor anónimo |
Sempre que esta colónia tem occasião demostrar a s. exa. o sr. governador Horta e Costa o quanto o estima e como bem avalia o seu carácter alevantado e correcto, corre pressurosa a manifestar lhe a sympathia que lhe dedica e o respeito que lhe consagra. Teve s. exa. occasião de tal apreciar, quando em Outubro, por occasião do seu anniversario natalício, recebeu de toda a cidade a ovação mais sincera e espontânea que jamais se fez em Macau; no primeiro de Janeiro, quando, apezar de não haver recepção official, toda a colónia correu ao palácio a apertar, n’um impulso de sympatia, a mão leal que dirige os destinos da província; na noite de 15 do corrente, quando tudo o que havia de importante na colónia, quer portuguez, quer estrangeiro, accorreu ao palácio a cumprimentar o sr. Horta e Costa e sua Esposa.
Os salões regorgitavam de convidados, e o sr. Horta e Costa e a sra. D. Adelaide Horta e Costa, tendo para cada um as attenções mais delicadas, a todos deixaram gratíssimos pela maneira como bizarramente foram recebidos e acolhidos no palacio do governo.
As salas do palácio vestiam de gala e estavam requintada e luxuosamente guarnecidas, offerecendo um aspecto deslumbrante. Muita flor, muita luz, aqui e além por entre macissos de verdura, um quadro de fino gosto, colchas de seda de cores delicadamente combinadas, cloisonées artisticamente trabalhadas, etc. O gabinete causerie ornado de plantas tropicais, iluminando discretamente, offerecia os seus sophas voltaireanos cómodo descanso aos valsistas offegantes.
Às 11 horas a soireé estava no seu maior deslumbramento e mal se podia valsar, tantos eram os pares que se entre-chocavam nas duas amplas salas de baile… Às duas horas foi servida uma opípara ceia na casa de jantar, que estava elegantemente ornamentada.
As senhoras (quasi 100) trajavam ricas e elegantes toilletes, havendo muitas dellas que vestiam lindos costumes, destinguindo-se a esposa de s. exa. o governador que elegantíssima no seu costume – Margarida de Vallois – ostentava um rico vestido de seda branco com finos ramos bordados a fio d’oiro.
A ultima valsa dançou-se ás 6 horas da manhã aos primeiros raios de sol, que curioso espreitava por entre as nuvens pardacentas os bustos dos elegantes valsistas, que offegantes principiavam a sentir saudades de uma noite que jamais esquecerão.
Os salões regorgitavam de convidados, e o sr. Horta e Costa e a sra. D. Adelaide Horta e Costa, tendo para cada um as attenções mais delicadas, a todos deixaram gratíssimos pela maneira como bizarramente foram recebidos e acolhidos no palacio do governo.
As salas do palácio vestiam de gala e estavam requintada e luxuosamente guarnecidas, offerecendo um aspecto deslumbrante. Muita flor, muita luz, aqui e além por entre macissos de verdura, um quadro de fino gosto, colchas de seda de cores delicadamente combinadas, cloisonées artisticamente trabalhadas, etc. O gabinete causerie ornado de plantas tropicais, iluminando discretamente, offerecia os seus sophas voltaireanos cómodo descanso aos valsistas offegantes.
Às 11 horas a soireé estava no seu maior deslumbramento e mal se podia valsar, tantos eram os pares que se entre-chocavam nas duas amplas salas de baile… Às duas horas foi servida uma opípara ceia na casa de jantar, que estava elegantemente ornamentada.
As senhoras (quasi 100) trajavam ricas e elegantes toilletes, havendo muitas dellas que vestiam lindos costumes, destinguindo-se a esposa de s. exa. o governador que elegantíssima no seu costume – Margarida de Vallois – ostentava um rico vestido de seda branco com finos ramos bordados a fio d’oiro.
A ultima valsa dançou-se ás 6 horas da manhã aos primeiros raios de sol, que curioso espreitava por entre as nuvens pardacentas os bustos dos elegantes valsistas, que offegantes principiavam a sentir saudades de uma noite que jamais esquecerão.
in Echo Macaense, 23.2.1896
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