Uma das vertentes da intensa actividade científica do professor e botânico Júlio Augusto Henriques (1838-1928) foi a organização de um Museu Botânico “com a finalidade de dar a conhecer a utilidade do estudo do reino vegetal”.
Neste museu estavam representadas as então possessões portuguesas ultramarinas, incluindo os longínquos territórios de Macau e Timor, com particular destaque para as colecções de Macau e Timor de 1880-1882.
O envio destas remessas para a Universidade de Coimbra terá resultado da solicitação dirigida pelo Professor Júlio Henriques ao antigo aluno da Universidade e Secretário-geral do Governo de Macau e Timor, José Alberto Homem da Cunha Côrte Real.
O envio destas remessas para a Universidade de Coimbra terá resultado da solicitação dirigida pelo Professor Júlio Henriques ao antigo aluno da Universidade e Secretário-geral do Governo de Macau e Timor, José Alberto Homem da Cunha Côrte Real.
Júlio Henriques pretendia obter para o Herbário da Universidade, exemplares da flora de Macau e para o Museu Botânico, artefactos fabricados com matérias vegetais daquela região (ex.: amostras de tecidos, esteiras, chapéus, mobiliário, etc.). Na mesma altura, José Alberto Côrte Real foi, também, encarregado pelo Governador da Província de Macau e Timor (Joaquim José da Graça) de reunir amostras de produtos industriais desta província e outros objectos com destino ao Museu Colonial de Lisboa. Para cumprir o pedido do Governador e, ao mesmo tempo, satisfazer a solicitação do professor de Coimbra, José Alberto Côrte Real reuniu, com o auxílio de uma comissão constituída por vários cidadãos, uma importante colecção de artefactos de uso corrente derivados de matérias-primas vegetais comummente utilizadas em Macau.
Segundo José Alberto Corte Real em declarações publicadas no Boletim da Provincia de Macau e Timor de 28 de Junho de 1880 “este passo dado no caminho do progresso pode contribuir para que se estabeleçam relações commerciaes com a metropole e se desperte o desenvolvimento de industrias de utilidade popular” Assim, a colecção foi exposta no Leal Senado antes de ser enviada para a Metrópole.
O material enviado foio acompanhado de uma extensa e cuidada lista de todos os objectos, com informação acerca da respectiva utilização, preço e dos nomes populares em língua chinesa. Por último, os objectos que não existiam em duplicado, continham indicação do seu destino: Museu Colonial ou Museu de Coimbra.
O material enviado foio acompanhado de uma extensa e cuidada lista de todos os objectos, com informação acerca da respectiva utilização, preço e dos nomes populares em língua chinesa. Por último, os objectos que não existiam em duplicado, continham indicação do seu destino: Museu Colonial ou Museu de Coimbra.
A primeira remessa chegou a Portugal em Agosto de 1880 e integrava unicamente exemplares de Macau (cerca de 500 objectos); a segunda foi recebida em Março de 1882 e era composta por 130 objectos de Macau e Timor.
Em Coimbra, esse material foi dividido nas colecções de Botânica e Antropologia e ambas integram actualmente o acervo do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.
O Instituto de Coimbra foi uma academia científica, literária e artística fundada em Coimbra em 1852, no contexto da Regeneração, e que se manteve em actividade até 1982. No âmbito das actividades publicaram um jornal científico e literário anual denominado "O Instituto: jornal scientifico e litterario". No Vol. 30 segunda série. Julho de 1882 a Julho 1883, encontramos um artigo sobre a exposição em que esta publicação se baseia num outro artigo publicado num jornal Macaense a 28 de fevereiro de 1882.
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