Seminário: década 1920 |
João Paulino de Azevedo e Castro nasceu nos Açores (Lajes do Pico) em 1852. Estudou no Liceu da Horta e depois no Seminário de Coimbra tendo terminado o curso de Teologia da Universidade de Coimbra em 1879. Ali recebeu as ordens eclesiásticas menores, sendo conhecido entres estudantes do tempo pela sua inteligência e pelo uso de uma longa barba (a que jocosamente chamavam de barba paulina). Nesse ano regressou aos Açores e foi ordenado sacerdote no mesmo dia que o seu irmão mais velho, o padre Francisco Xavier de Azevedo e Castro e também no mesmo dia celebraram a sua primeira missa.
Em Angra do Heroísmo iniciou funções como professor do Seminário Episcopal de Angra: teologia dogmática, direito canónico, geografia, história, filosofia e francês. Em 23 anos no Seminário acumula com o cargo de professor a missão de vice-reitor nos últimos 16 anos, lugar para o qual foi nomeado em 1888. Professor distinto e respeitado, criou no Seminário um Museu de História Natural, que depois viria a ser o embrião do Gabinete de História Natural do Liceu de Angra do Heroísmo. Foi ainda presidente da comissão administrativa do Asilo de Mendicidade e director do Boletim Eclesiástico dos Açores.
Em 1889 foi apresentado cónego da Sé de Angra e em 1890 foi elevado à dignidade de tesoureiro-mor da mesma Sé. Em 1891 nomeado arcediago, cargo que não chegaria exercer por ter sido entretanto apresentado para prelado de Macau. A apresentação para o lugar foi iniciativa do então Ministro da Marinha e Ultramar, o açoriano Jacinto Cândido da Silva, que havia sido seu contemporânea na Universidade de Coimbra.
Em 1902, a Santa Sé, por bula do papa Leão XIII, confirmou-o como bispo de Macau. A sagração ocorreu a 27 de Dezembro desse ano na Igreja de Nossa Senhora da Guia. Foi consagrante D. José Manuel de Carvalho, o recém-empossado bispo de Angra, mas que fora o anterior bispo de Macau. Foram vários os bispos de Macau oriundo dos Açores...
Em Angra do Heroísmo iniciou funções como professor do Seminário Episcopal de Angra: teologia dogmática, direito canónico, geografia, história, filosofia e francês. Em 23 anos no Seminário acumula com o cargo de professor a missão de vice-reitor nos últimos 16 anos, lugar para o qual foi nomeado em 1888. Professor distinto e respeitado, criou no Seminário um Museu de História Natural, que depois viria a ser o embrião do Gabinete de História Natural do Liceu de Angra do Heroísmo. Foi ainda presidente da comissão administrativa do Asilo de Mendicidade e director do Boletim Eclesiástico dos Açores.
Em 1889 foi apresentado cónego da Sé de Angra e em 1890 foi elevado à dignidade de tesoureiro-mor da mesma Sé. Em 1891 nomeado arcediago, cargo que não chegaria exercer por ter sido entretanto apresentado para prelado de Macau. A apresentação para o lugar foi iniciativa do então Ministro da Marinha e Ultramar, o açoriano Jacinto Cândido da Silva, que havia sido seu contemporânea na Universidade de Coimbra.
Em 1902, a Santa Sé, por bula do papa Leão XIII, confirmou-o como bispo de Macau. A sagração ocorreu a 27 de Dezembro desse ano na Igreja de Nossa Senhora da Guia. Foi consagrante D. José Manuel de Carvalho, o recém-empossado bispo de Angra, mas que fora o anterior bispo de Macau. Foram vários os bispos de Macau oriundo dos Açores...
Postal Igreja S. José ca. 1900-1905 |
D. João Paulino como Bispo de Macau |
Tomou posse (19º Bispo) da Diocese de Macau a 4 de Junho de 1903, data em que chegou ao território. Naquele ano fundou a 17 de Julho o Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau. Iniciou também uma enérgica acção pastoral, não só em Macau, mas em toda a vasta área integrada naquela diocese: Estreito de Malaca e Singapura, Timor e Hainan. Em 1906 fundou em Macau o Orfanato da Imaculada Conceição que entregou à direcção dos Salesianos, sendo o primeiro director Luigi Versiglia (1873-1930), depois bispo titular de Carystus e vigário-apostólico de Shiuchow (hoje Shaoguan), mártir e santo da Igreja Católica Romana.
Por várias vezes presidiu ao conselho governativo da Província de Macau, na ausência do governador.
Outra das suas preocupações foi a delimitação das áreas sob jurisdição da diocese de Macau, em particular a delimitação entre a sua diocese e a Prefeitura Apostólica de Kuangtung (Cantão). A questão foi suscitada pelo governo francês junto da Sagrada Congregação de Propaganda, já que os Governos de Portugal e da França estavam interessados na fixação de novas delimitações à diocese de Macau e Prefeitura Apostólica de Cantão, esta sob jurisdição francesa. Neste processo conseguiu em 1908 o retorno à diocese de Macau, e por consequência ao Padroado Português no Extremo Oriente, da Prefeitura Apostólica de Shiu-Hing (hoje Zhaoqing), que havia sido sem sucesso permutada com a ilha de Hainan, devolvida ao domínio do prefeito apostólico de Cantão.
Em 1911 entregou a província de Heung-Shan (actual Zhongshan) à administração espiritual dos Salesianos e em 1913 repartiu a Prefeitura de Shiu-Hing entre os jesuítas e os sacerdotes diocesanos.
O problema jurídico e espiritual do Padroado Português no Extremo Oriente seria o tema do seu livro editado em 1917 intitulado "Os Bens das Missões Portuguesas na China". Mas escreveu muitos mais livros, incluindo numerosas provisões e escritos de natureza doutrinal. Na sua ida para Macau, D. João Paulino levou como secretário particular, o então seminarista José da Costa Nunes, seu conterrâneo da ilha do Pico, que haveria de lhe suceder no cargo e atingir o cardinalato. D. João Paulino morreu em Macau (na Penha) em 1918 e em 1923 os seus restos mortais regressaram ao Pico, onde é lembrado na toponímia e num monumento.
Em Macau tem o seu nome na toponímia - Estrada que começa na R. S. Tiago da Barra e termina no Miradouro de N. Sra. da Penha - e uma escola na Taipa.
Outra das suas preocupações foi a delimitação das áreas sob jurisdição da diocese de Macau, em particular a delimitação entre a sua diocese e a Prefeitura Apostólica de Kuangtung (Cantão). A questão foi suscitada pelo governo francês junto da Sagrada Congregação de Propaganda, já que os Governos de Portugal e da França estavam interessados na fixação de novas delimitações à diocese de Macau e Prefeitura Apostólica de Cantão, esta sob jurisdição francesa. Neste processo conseguiu em 1908 o retorno à diocese de Macau, e por consequência ao Padroado Português no Extremo Oriente, da Prefeitura Apostólica de Shiu-Hing (hoje Zhaoqing), que havia sido sem sucesso permutada com a ilha de Hainan, devolvida ao domínio do prefeito apostólico de Cantão.
Em 1911 entregou a província de Heung-Shan (actual Zhongshan) à administração espiritual dos Salesianos e em 1913 repartiu a Prefeitura de Shiu-Hing entre os jesuítas e os sacerdotes diocesanos.
O problema jurídico e espiritual do Padroado Português no Extremo Oriente seria o tema do seu livro editado em 1917 intitulado "Os Bens das Missões Portuguesas na China". Mas escreveu muitos mais livros, incluindo numerosas provisões e escritos de natureza doutrinal. Na sua ida para Macau, D. João Paulino levou como secretário particular, o então seminarista José da Costa Nunes, seu conterrâneo da ilha do Pico, que haveria de lhe suceder no cargo e atingir o cardinalato. D. João Paulino morreu em Macau (na Penha) em 1918 e em 1923 os seus restos mortais regressaram ao Pico, onde é lembrado na toponímia e num monumento.
Em Macau tem o seu nome na toponímia - Estrada que começa na R. S. Tiago da Barra e termina no Miradouro de N. Sra. da Penha - e uma escola na Taipa.
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