Era um bebé de quatro meses, quando a 22 de Janeiro de 1882 desembarcou em Macau, ao colo de seus pais, o conselheiro Artur Tamagnini Abreu Barbosa e Fátima de Sousa Tamagnini. Frequentou o Seminário de S. José e o Liceu, só regressando à metrópole com 17 anos, indo estudar para Coimbra, onde se licenciou em professorado e pedagógicas.
Viria a abraçar a carreira colonial, à semelhança de seu pai, inspector-geral da Fazenda do Ultramar, de quem foi secretário, acompanhando-o em 1903 em missão de serviço a Cabo Verde, Guiné, S. Tome e Angola, viagem que repetiria em 1905, com a variante de ter sido estendida a Moçambique.
Iniciou a sua carreira dentro do Ministério das Colónias como escriturário dos serviços da Fazenda de Timor, tendo sido sucessivamente promovido, tendo chefiado diversas repartições, vindo a ser director-geral da Administração Política e Civil.
Foi chefe de gabinete do seu irmão, brigadeiro João Tamagnini Barbosa, quando este era ministro das Colónias, bem como co-proprietário de um dos mais prestigiados estabelecimentos de ensino de então, a Escola Nacional, em Lisboa, onde se ministrava o ensino básico, secundário e comercial, tendo sido seu director e professor de português, literatura portuguesa, francês e inglês.
Matrimoniado com Margarida Vieira de Melo, que faleceu cedo, dela teve uma filha, Maria Amália Tamagnini, que em Macau se enamorou do comandante da canhoneira "Macau", o primeiro-tenente Joaquim Alves Pereira da Fonseca, mais tarde almirante e comandante-geral da Armada, com quem casou, tendo já ambos falecido.
Artur Tamagnini tinha 35 anos quando, em segundas núpcias, desposou uma sua aluna, Maria Anna Acciaioli, então com 16 anos. Em Março de 1918 foi nomeado Governador de Macau, desembarcando no território a 12 de Outubro, contava a sua mulher 19 anos, pelo que terá sido a mais jovem primeira dama. Por ter mudado o ministro das Colónias, em 21 de Julho do ano imediato, foi chamado a Lisboa e substituído.
Artur Tamagnini tinha 35 anos quando, em segundas núpcias, desposou uma sua aluna, Maria Anna Acciaioli, então com 16 anos. Em Março de 1918 foi nomeado Governador de Macau, desembarcando no território a 12 de Outubro, contava a sua mulher 19 anos, pelo que terá sido a mais jovem primeira dama. Por ter mudado o ministro das Colónias, em 21 de Julho do ano imediato, foi chamado a Lisboa e substituído.
Imagens do funeral em 1940
Da segunda esposa, Tamagnini Barbosa teve cinco filhos, Artur Manuel (falecido em desastre de aviação), Mariano Alberto, Miguel Ângelo (igualmente falecido em acidente de aviação), Marco Antônio e Alberto Manuel (falecido de angina diftérica, aos 10 anos).
Novamente nomeado Governador de Macau, em Julho de 1926, chegou ao território a 8 de Dezembro, aqui permanecendo até 19 de Novembro de 1930. Menos de três anos após regressar a Portugal, sofre um rude golpe, a sua jovem esposa, com 33 anos incompletos faleceu durante o parto do seu filho Alberto Manuel, desaparecendo assim prematuramente a talentosa poetisa* autora de Lin Tchi Fá.
Em Novembro de 1936, Tamagnini Barbosa foi pela terceira vez nomeado Governador de Macau, desembarcando no território em 11 de Abril do ano imediato. Foi de avião à Conferência Colonial, na metrópole, em Abril de 1939, regressando ao território em Agosto, também de avião — facto extraordinário para a época, pois as viagens aéreas ainda não estavam vulgarizadas. Viria a falecer no palacete de Santa Sancha, a 10 de Julho de 1940, contava 59 anos, vítima de uma anemia cerebral, numa altura em que Macau vivia uma situação muito difícil, com uma população acrescida de largas dezenas de milhares de refugiados, fugidos à guerra sino-nipónica e à ocupação japonesa, receando-se a todo o momento que o território pudesse ser também invadido.
Era possuidor de 16 condecorações, entre as quais a medalha de ouro de serviços distintos, a medalha de mérito naval, a Legião de Honra, a Ordem de Santiago e Espada e a Ordem Militar de Avis. Publicou o trabalho "Giro Bússola" e "Elementos Magnéticos da Província de Moçambique".
Novamente nomeado Governador de Macau, em Julho de 1926, chegou ao território a 8 de Dezembro, aqui permanecendo até 19 de Novembro de 1930. Menos de três anos após regressar a Portugal, sofre um rude golpe, a sua jovem esposa, com 33 anos incompletos faleceu durante o parto do seu filho Alberto Manuel, desaparecendo assim prematuramente a talentosa poetisa* autora de Lin Tchi Fá.
Em Novembro de 1936, Tamagnini Barbosa foi pela terceira vez nomeado Governador de Macau, desembarcando no território em 11 de Abril do ano imediato. Foi de avião à Conferência Colonial, na metrópole, em Abril de 1939, regressando ao território em Agosto, também de avião — facto extraordinário para a época, pois as viagens aéreas ainda não estavam vulgarizadas. Viria a falecer no palacete de Santa Sancha, a 10 de Julho de 1940, contava 59 anos, vítima de uma anemia cerebral, numa altura em que Macau vivia uma situação muito difícil, com uma população acrescida de largas dezenas de milhares de refugiados, fugidos à guerra sino-nipónica e à ocupação japonesa, receando-se a todo o momento que o território pudesse ser também invadido.
Era possuidor de 16 condecorações, entre as quais a medalha de ouro de serviços distintos, a medalha de mérito naval, a Legião de Honra, a Ordem de Santiago e Espada e a Ordem Militar de Avis. Publicou o trabalho "Giro Bússola" e "Elementos Magnéticos da Província de Moçambique".
Foi dado o seu nome a uma avenida de Macau e no Jardim da Flora existe um busto seu — que o seu filho Mariano gostaria que, após 1999, fosse colocado no Jardim Museu Agrícola Tropical, em Lisboa, onde já existe um arruamento e um arco dedicados a Macau. Também o grande bairro social que mandou construir, e só há poucos anos foi demolido, ostentava o seu nome: Bairro Tamagnini Barbosa. É lembrado no território como um dos seus mais dedicados governadores.
Artigo da autoria de Eduardo Tomé publicado na Revista Macau de Dezembro de 1996
* tema a que dedicarei um dos próximos posts
Artigo da autoria de Eduardo Tomé publicado na Revista Macau de Dezembro de 1996
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