sábado, 27 de julho de 2013

"Histórias de Macau" por Altino do Tojal

Altino do Tojal deu a Histórias de Macau uma estrutura cronológica: o livro começa no táxi que o leva ao aeroporto de Lisboa, para uma viagem a Macau, e acaba noutro táxi que o traz do mesmo aeroporto, no regresso a casa. Desde a partida até ao regresso são quarenta histórias. Mas, para mim, Histórias de Macau não é um livro de contos; o livro impõe-se-me muito mais como um romance em quarenta capítulos, centrado em Macau, essa Macau onde ao longo dos séculos afluíram aventureiros, busca-vidas e outras gentes levadas pela sorte incerta. 
São 40 contos, 40 capítulos, 40 universos individuais, uma densa teia humana que nos leva a participar na aventura já nostálgica do derradeiro recanto do Império colonial português. É impossível referi-los a todos, até porque cada um deles deverá ser tomado em função do conjunto. Fazem parte de um mesmo olhar, do olhar de um finíssimo observador das pessoas, das suas aparências como das suas essências, e das relações complexas que as unem e separam. Porque esse é o cimento que agrega todos estes pequenos mundos: a perspectiva única e irrepetível do consumado contador de histórias que é Altino do Tojal. in Comércio do Porto
Texto do site da editora (INCM, 2010)
Altino do Tojal (jornalista, tradutor, escritor) nasceu em 26 de Julho de 1939, em Braga. Criado por uma tia, professora primária, que o ensinou a ler aos cinco anos, teve também no seu avô, professor aposentado, um importante esteio familiar.
Ficou só muito novo, em circunstâncias difíceis. Seguiu-se um percurso de autodidacta, de alguém que quis ser, única e simplesmente, escritor, embora, «por razões de pão mais vinho», viesse a trabalhar em vários jornais.
Numa obra que contempla contos, romances e novelas, é fundamentalmente conhecido pelo livro Os Putos que já teve quase 30 edições e foi adaptado ao teatro, à televisão e à banda desenhada.
A primeira versão de Os Putos surgiu em 1964, ainda com o título Sardinhas e Lua. A partir daí sucederam-se as edições e o livro não tem parado de engrossar.
"Histórias de Macau" é de 1987.

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