Anos 40 (em cima) e anos 90 (em baixo)
Macau foi palco das primeiras trocas comerciais entre a China e os Estados Unidos, que definiram e marcaram a evolução da diplomacia entre os dois países, com a assinatura do primeiro tratado, a 3 de Julho de 1844.
A actual Região Administrativa Especial da China teve, nos séculos XVIII e XIX, um papel decisivo no intensificar das relações entre o Ocidente e a China, servindo de entreposto comercial quando era o único estabelecimento europeu na costa chinesa, já que as leis do Império proibiam a entrada de mulheres e estrangeiros, explicou em declarações à agência Lusa a historiadora Leonor Seabra.
Na primeira metade do século XIX, a China era já o terceiro maior parceiro comercial dos Estados Unidos, depois de Inglaterra e Cuba, e a Guerra do Ópio, que opôs Inglaterra e China, abriu um novo capítulo das relações Ocidente/Oriente.
Através da assinatura de um tratado, em 1842, a China comprometeu-se a pagar uma indemnização a Inglaterra, de 21 milhões de dólares, a abolir o monopólio do comércio, a abrir cinco portos ao comércio internacional (Cantão, Xiamen, Fuzhou, Ningbo e Xangai), a ceder Hong Kong, a trocar correspondência e a estabelecer taxas alfandegárias fixas.
"Seguiu-se a corrida de outras potências ocidentais ao novo mercado que se abria na China, como os Estados Unidos e França, que queriam as mesmas regalias que os ingleses", realçou a especialista em História de Macau.
Os Estados Unidos enviaram Caleb Cushing a Macau, em 1844, para concluir o acordo com a China e entregar uma carta do presidente John Tyler ao imperador chinês Daoguang. O representante do imperador - Qiying - estabeleceu residência em Macau no templo budista de Kun Iam Tong, no sopé da colina de Mong Há, onde foi assinado o primeiro tratado sino-americano, a 3 de Julho de 1844, numa mesa de pedra de um dos átrios do templo, que ainda hoje pode ser visitada.
"Com este tratado, os americanos obtiveram todos os privilégios dos britânicos, excepto a cedência de um território e a indemnização", constata Leonor Seabra ao realçar que, mesmo depois da ocupação de Hong Kong pelos ingleses, os americanos continuaram a usar Macau como base para os seus negócios na China.
O templo de Kun Iam Tong foi construído no século XII em homenagem à deusa da Misericórdia e é hoje um dos locais de culto budistas mais antigos e maiores de Macau, sendo uma das principais atracções turísticas do território.
A mesa de pedra que marcou o início das relações comerciais e diplomáticas entre uma das maiores potências do Ocidente e aquela que é actualmente uma das maiores economias mundiais em ascensão está rodeada por duas árvores consideradas símbolos dos amantes e da felicidade conjugal.
A actual Região Administrativa Especial da China teve, nos séculos XVIII e XIX, um papel decisivo no intensificar das relações entre o Ocidente e a China, servindo de entreposto comercial quando era o único estabelecimento europeu na costa chinesa, já que as leis do Império proibiam a entrada de mulheres e estrangeiros, explicou em declarações à agência Lusa a historiadora Leonor Seabra.
Na primeira metade do século XIX, a China era já o terceiro maior parceiro comercial dos Estados Unidos, depois de Inglaterra e Cuba, e a Guerra do Ópio, que opôs Inglaterra e China, abriu um novo capítulo das relações Ocidente/Oriente.
Através da assinatura de um tratado, em 1842, a China comprometeu-se a pagar uma indemnização a Inglaterra, de 21 milhões de dólares, a abolir o monopólio do comércio, a abrir cinco portos ao comércio internacional (Cantão, Xiamen, Fuzhou, Ningbo e Xangai), a ceder Hong Kong, a trocar correspondência e a estabelecer taxas alfandegárias fixas.
"Seguiu-se a corrida de outras potências ocidentais ao novo mercado que se abria na China, como os Estados Unidos e França, que queriam as mesmas regalias que os ingleses", realçou a especialista em História de Macau.
Os Estados Unidos enviaram Caleb Cushing a Macau, em 1844, para concluir o acordo com a China e entregar uma carta do presidente John Tyler ao imperador chinês Daoguang. O representante do imperador - Qiying - estabeleceu residência em Macau no templo budista de Kun Iam Tong, no sopé da colina de Mong Há, onde foi assinado o primeiro tratado sino-americano, a 3 de Julho de 1844, numa mesa de pedra de um dos átrios do templo, que ainda hoje pode ser visitada.
"Com este tratado, os americanos obtiveram todos os privilégios dos britânicos, excepto a cedência de um território e a indemnização", constata Leonor Seabra ao realçar que, mesmo depois da ocupação de Hong Kong pelos ingleses, os americanos continuaram a usar Macau como base para os seus negócios na China.
O templo de Kun Iam Tong foi construído no século XII em homenagem à deusa da Misericórdia e é hoje um dos locais de culto budistas mais antigos e maiores de Macau, sendo uma das principais atracções turísticas do território.
A mesa de pedra que marcou o início das relações comerciais e diplomáticas entre uma das maiores potências do Ocidente e aquela que é actualmente uma das maiores economias mundiais em ascensão está rodeada por duas árvores consideradas símbolos dos amantes e da felicidade conjugal.
Excerto de notícia da Agência Lusa de 14-11-2009
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