Desconhece-se o autor desta obra- aguarela de 35x52cm - datado do final do século 18. Em alguns catálogos surge com a legenda "Macau visto do terraço da igreja de S. Lourenço" mas não é.
Trata-se de uma vista da Praia Grande a partir do terraço do convento e igreja de S. Francisco. A perspectiva é feita de forma tão recuada que não capta uma representação habitual nestes quadros, a fachada da igreja Mater Dei (vulgo Ruínas de S. Paulo) que nesta altura ainda não tinha sido destruída.
Pormenor do quadro com destaque para o cruzeiro que existia junto à entrada para a igreja.
A cruz é o elemento simbólico do cristianismo. Sendo o seu elemento mais universal assinala o sagrado sobre o profano.
Figuras humanas representadas em primeiro plano: freiras (provavelmente do Convento de Sta. Slara) e monges franciscanos.
O quadro tem algumas semelhanças com outro, também do final do século 18, da autoria de Gaspard Duché de Vancy que fez parte da expedição de La Perouse - gravura incluída na obra Voyage de La Pérouse autour du monde publicada em 1798 com a legenda Vue de Macao en Chine (imagem abaixo). Vancy esteve em Macau nos primeiro dias de Janeiro de 1787.
Refira-se que todos os membros da expedição desapareceram sem deixar rasto em 1788 e os registos que fizeram só chegaram até aos dias de hoje porque no Outono de 1787 o comandante da expedição decidiu enviar o material recolhido para França quando estava em escala em Petrapavlovsk.
Detalhe do casario ao longo da Praia Grande e (em abaixo) pormenor da Fortaleza do Bom Parto e a muralha até à ermida da Penha.
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