Na localidade portuguesa de Constância, denominada Vila Poema e uma terra intimamente ligada a Luís Vaz de Camões, onde se diz que o poeta terá vivido durante algum tempo na Casa dos Arcos, existe não só uma estátua como também o jardim-horto de Camões, um "monumento vivo ao maior dos nossos poetas, através de plantas por ele mencionadas na sua obra - lírica e n'Os Lusíadas - num total de mais de 50 espécies. A disposição geométrica dos canteiros está relacinada com os jardins palacianos do século 16, o século em que o épico viveu, dividindo o espaço em jardim à inglesa e jardim à francesa."
Para este espaço considerado o único jardim temático em Portugal foi decisivo o empenho de Manuela de Azevedo, primeira jornalista em Portugal e fundadora da Associação da Casa-Memória de Camões, organização que ainda hoje gere o Jardim-Horto de Camões.
Depois de atravessar a ponte que dá acesso à vila vire à direita para a Av. das Forças Armadas e poucas dezenas de metros depois
A estátua onde Camões contempla o rio Zêzere é da autoria de Lagoa Henriques e foi inaugurada em 1981 pelo então presidente da República, General Ramalho Eanes.
Atrás, está um painel de grandes dimensões, obra de 2019 da autoria de Dália Lacerda Machado, que conta as viagens de Camões pelo mundo, de Lisboa a Macau, passando por África e pela Índia.
A mesma situação é evocada num painel de azulejos de Adelino Lage, logo após o edifício da receção e bilheteira, à direita da entrada no jardim.
Este jardim-horto, desenhado pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, abriu ao público em 1990, e reúne exemplares da flora mencionada na obra camoniana com um total de 52 espécies.
Inaugurado a 21 de Abril de 1990, o projecto contou na altura com o apoio do Governo de Macau, município de Constância, Universidade de Évora e Prof. Ribeiro Teles sendo inaugurado pelo Presidente da República, Mário soares.
Uma enorme cânfora que existe no local há mais de 30 anos veio diretamente do Oriente. Mas há muito mais para ver neste espaço que se deve à Associação Casa-Memória de Camões.
Num sector dedicado a Macau está um pavilhão ao estilo dos jardins chineses construído com o apoio do Instituto Cultural de Macau sobre um lago com nenúfares.
O pavilhão foi construído com materiais oriundos de Macau, incluindo as típicas telhas vidradas de cor verde. Em redor os muros ondeados de cor branca lembram a dança do dragão.
No espaço pode ver-se ainda a maior esfera armilar de Portugal, ali colocada por um helicóptero da Força Aérea Portuguesa nos 500 anos dos Descobrimentos Portugueses em 1998. Foi oferecida pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e concepção dos escultores António Trindade e Alípio Pinto.
PS: em breve publicarei um novo post sobre o tema com mais imagens e informação adicional, nomeadamente sobre as espécies representadas (caneleira, cânfora, pimenta, etc...)
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