O palacete numa pintura ca. 1840
Ilustração do final do século 19 destacando-se o edifício de dois pisos: Casa Garden
O palacete de Manuel Pereira remonta à segunda metade do século 18 (1770) embora não tenha sido o conselheiro que o edificou.
Ficava numa propriedade que pertencia à Companhia de Jesus e após a expulsão da ordens religiosas terá passado para a posse do Leal Senado. Manuel/Manoel Pereira, comerciante português abastado que chegou a Macau por volta de 1780 comprou a propriedade cerca de 1815 e morreria onze anos depois. Seria a filha Maria Ana Josefa Cortela Pereira que viria a usufruir do espaço depois de casar com um primo, Lourenço Caetano Marques. Desse período ficaram para a história alguns dos mui ilustres hóspedes do casal: desde o presidente Grant, dos EUA, ao duque de Alançon (herdeiro do rei de França), passando pelo príncipe do Sião, vários governadores de Hong-Kong e Lord George Macartney, durante a sua embaixada à China (1792-94).
A propridade albergou ainda a Select Committee da Companhia das Índias (por arrendamento), ou seja, os representantes máximos da empresa britânica no comércio a Oriente, nomeadamente com a China, onde não podiam residir em permanência, daí a opção por arrendar habitações em Macau.
Antes e depois das obras ca. 1900
Em 1885 o governador Thomaz Rosa comprou por 35.000 patacas a Lourenço Marques e sua esposa, D. Maria Pereira Marques, a propriedade urbana e rústica denominada Gruta de Camões e que incluía o edifício denominado Casa Garden.
Detalhe de um mapa de 1889: "Jardim Gruta de Camões - Depósito de Material de Guerra" |
Desde que passou para a posse do governo o palacete - foi remodelado por volta de 1900 e 'perdeu' o primeiro andar - teve várias utilizações: foi depósito de armas e munições (material de guerra), já na década 1980 albergou o Museu de Luís de Camões durante mais de duas décadas e desde 1989 foi adquirido pela Fundação Oriente que li mantém a sede local da instituição.
O primeiro busto de Camões ali colocado remonta aos primeiros anos do século 19, feito em grés. Em 1840 foi colocado um segundo busto por ordem do comendador Lourenço Marques; o de bronze. Em 1866 é inaugurado outro, feito em bronze, por Bordalo Pinheiro. É o que ainda hoje existe na Gruta de Camões.
Sem comentários:
Enviar um comentário