Antes de llegar á Macao pasamos por la Isla de Sanchon célebre por la muerte de San Francisco Xavier.
La Ciudad de Macao situada en una península á la desembocadura del rio Canton es solamente nombrada por el fuerte que hicieron los Portugueses para su comercio y que en breve se hizo una ciudad floreciente obtuvieron el terreno por algunos servicios hechos á los Chinos pero hoy está muy decaida de su antiguo esplendor.
Hay allí mayor número de Chinos que de Portugueses éstos como son los mas pobres son tambien los mas de biles. Sin embargo les es permitido exercer su comercio en Canton dos veces al año.
Tienen un Gobernador y los Chinos un Mandarin del qual depende todo el pais. Los habitantes quando le piden alguna gracia van en quadrillas á su palacio el Magistrado responde por escrito en estos términos. Esta nacion bárbara y brutal me pide tal gracia y la concedo ó la niego. Los Portugueses tienen una corta guarnicion en Macao por no poder mantener allí muchas tropas. Pagan á los Chinos un tributo por el terreno de las casas y de las iglesias estas casas están construidas á la Europea pero son muy baxas.
Sobre la lengua de tierra que une á Macao con el Continente se ha construido un muro de separacion para impedir la comunicacion de los habitantes con la China. Este muro tiene una abertura en el centro donde se mantiene una centinela continua. Algunas veces se concede licencia á los Chinos que moran en la ciudad para penetrar en el pais pero este permiso se niega casi siempre á los Portugueses. Esta puerta se abre solamente en ciertos dias para que los habitantes compren sus provisiones y los Chinos que se las venden ponen un precio arbitrario.
in El viagero universal ó Noticia del mundo antiguo y nuevo (Tomo V), de 1796. Neste volume dedicado à China surge La Description de Macao.
Tradução
Antes de chegar a Macau passamos pela Ilha de Sanchon, famosa pela morte de San Francisco Xavier. A cidade de Macau situada numa península na foz do rio Cantão só tem nome graças ao forte que os portugueses construíram para o seu comércio e que cedo se tornou uma cidade próspera. Obtiveram o terreno para alguns serviços prestados aos chineses, mas hoje está muito deteriorado e longe do antigo esplendor. Há mais chineses do que portugueses, porque são os mais pobres e são também os mais fracos. Os portugueses podem fazer negócios em Cantão duas vezes por ano.
Têm um governador e os chineses têm um mandarim do qual todo o país depende. Quando os habitantes lhe pedem alguma graça, vão em grupos ao seu palácio, o Magistrado responde por escrito nestes termos. Esta nação bárbara e brutal me pede tal graça e eu concedo ou nego. Os portugueses têm uma pequena guarnição em Macau porque não podem manter muitas tropas. Pagam um tributo aos chineses pelo terreno, pelas casas e igrejas, que são construídas à maneira europeia, mas são muito baixas.
Na faixa de terreno que une Macau ao Continente, foi erguido um muro de separação para impedir os habitantes de comunicarem com a China. Este muro tem uma abertura no centro onde é mantida uma sentinela contínua. Às vezes, é concedida licença aos chineses que vivem na cidade para entrar no país, mas essa permissão é quase sempre negada aos portugueses. Esta porta só se abre em certos dias para os habitantes comprarem as suas provisões e os chineses que as vendem fixam um preço arbitrário.
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