domingo, 16 de fevereiro de 2020

“Casa-Forte da Taipa”

Os primórdios da presença portuguesa na ilha da Taipa remontam a 1847, ano da construção de uma "casa-forte" na ilha.


A construção da fortificação determinada pelo então Governador Ferreira do Amaral. Tinha como função a defesa do canal entre esta ilha e a de D. João. As obras ficaram a cargo do Tenente Pedro José da Silva Loureiro. Os mandarins chineses opuseram-se à obra, nomeadamente o Vice-Rei de Cantão, pelo que Ferreira do Amaral esclareceu-lhe, por ofício, que se tratava de uma obra visando libertar a ilha dos piratas que então ali se acoitavam, afugentando o comércio de Macau, o que prejudicava portugueses e chineses.
Ainda assim o Vice-Rei pediu a suspensão imediata da obra, mas Ferreira do Amaral  acabaria por convencê-lo, recordando que estava a corresponder ao pedido expresso pelos habitantes da ilha.
A 9 de Setembro de 1847 a bandeira portuguesa foi hasteada pela primeira vez naquele forte e ilha. A esta anexação seguiu-se a da ilha de Coloane, ocupada militarmente pelos portugueses em 1864. A par do forte, a segurança era complementada por uma embarcação que fazia a ronda durante a noite.


Em 1848/49, o oficial comandante do Posto da Taipa, Januário Agostinho de Almeida, redigiu as primeiras normas sobre a administração local.
Notícia do "Forte da Taipa" informando do "começo da illuminação pública das ruas da Taipa com notável regozijo da parte dos habitantes" em Maio de 1868.
Quinta feira ultima S. Exa. o Governador visitou a fortaleza da Taipa, a povoação respectiva bem como a de Colovan. S. Exa foi no vapor Camões acompanhado dos officiaes do seu estado maior e do sr commandante do batalhão de linha. Nestas povoações chinezas dependencias de Macau foi S Exa o Almirante recebido com as mais distinctas provas de affeição, cortezia e respeito. Os bons chinas da Taipa e Colovan fizeram tudo quanto lhes foi possivel para provarem a veneração que consagram á autoridade portugueza que os governa e defende. Em ambas as povoações nos caes de desembarque a S Ex a os maioraes ou conselhos municipaes, e os habitantes corriam ao encontro de S. Exa. queimando panchões e dando salvas de pequenos mosquetes. Sabemos que S. Exa. ficou mui captivado pelo recebimento espontaneo que lhe fizeram estes povos sob sua guarda e não menos satisfeito da ordem aceio nos satisfeito da ordem, aceio e prosperidade que observou nestas florescentes povoações. O commandante do forte que é ao mesmo tempo o administra dor daquelles concelhos e mui estimado dos seus habitantes acompanhou a S. Exa. nesta visita apresentando por esta occasião a S. Exa. alguns pedidos justos dos seus administrados os quaes nos consta que S. Exa. attendeu com a benevolencia que lhe é caracteristica. (...) In Boletim da Província de Macau e Timor, 26 Outubro 1868
Por decreto de 1869 seria criado o Conselho Municipal das Ilhas, sendo destacada uma nova guarnição militar para a protecção contra os ataques de malfeitores que constantemente ameaçavam as embarcações e as populações.

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