Os primórdios da presença portuguesa na ilha da Taipa remontam a 1847, ano da construção de uma "casa-forte" na ilha.
A construção da fortificação determinada pelo então Governador Ferreira do Amaral. Tinha como função a defesa do canal entre esta ilha e a de D. João. As obras ficaram a cargo do Tenente Pedro José da Silva Loureiro. Os mandarins chineses opuseram-se à obra, nomeadamente o Vice-Rei de Cantão, pelo que Ferreira do Amaral esclareceu-lhe, por ofício, que se tratava de uma obra visando libertar a ilha dos piratas que então ali se acoitavam, afugentando o comércio de Macau, o que prejudicava portugueses e chineses.
Ainda assim o Vice-Rei pediu a suspensão imediata da obra, mas Ferreira do Amaral acabaria por convencê-lo, recordando que estava a corresponder ao pedido expresso pelos habitantes da ilha.
A 9 de Setembro de 1847 a bandeira portuguesa foi hasteada pela primeira vez naquele forte e ilha. A esta anexação seguiu-se a da ilha de Coloane, ocupada militarmente pelos portugueses em 1864. A par do forte, a segurança era complementada por uma embarcação que fazia a ronda durante a noite.
Em 1848/49, o oficial comandante do Posto da Taipa, Januário Agostinho de Almeida, redigiu as primeiras normas sobre a administração local.
Notícia do "Forte da Taipa" informando do "começo da illuminação pública das ruas da Taipa com notável regozijo da parte dos habitantes" em Maio de 1868. |
Quinta feira ultima S. Exa. o Governador visitou a fortaleza da Taipa, a povoação respectiva bem como a de Colovan. S. Exa foi no vapor Camões acompanhado dos officiaes do seu estado maior e do sr commandante do batalhão de linha. Nestas povoações chinezas dependencias de Macau foi S Exa o Almirante recebido com as mais distinctas provas de affeição, cortezia e respeito. Os bons chinas da Taipa e Colovan fizeram tudo quanto lhes foi possivel para provarem a veneração que consagram á autoridade portugueza que os governa e defende. Em ambas as povoações nos caes de desembarque a S Ex a os maioraes ou conselhos municipaes, e os habitantes corriam ao encontro de S. Exa. queimando panchões e dando salvas de pequenos mosquetes. Sabemos que S. Exa. ficou mui captivado pelo recebimento espontaneo que lhe fizeram estes povos sob sua guarda e não menos satisfeito da ordem aceio nos satisfeito da ordem, aceio e prosperidade que observou nestas florescentes povoações. O commandante do forte que é ao mesmo tempo o administra dor daquelles concelhos e mui estimado dos seus habitantes acompanhou a S. Exa. nesta visita apresentando por esta occasião a S. Exa. alguns pedidos justos dos seus administrados os quaes nos consta que S. Exa. attendeu com a benevolencia que lhe é caracteristica. (...) In Boletim da Província de Macau e Timor, 26 Outubro 1868
Por decreto de 1869 seria criado o Conselho Municipal das Ilhas, sendo destacada uma nova guarnição militar para a protecção contra os ataques de malfeitores que constantemente ameaçavam as embarcações e as populações.
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