... continuação
We
went to the old stone gate between the Chinese and Portuguese territories and
then returned to the hotel along good shaded roads lined with houses and pretty
gardens. At the hotel I met a gentleman
and his wife from Los Angeles. They are
making a tour of the world westward. After supper Mr. Bingham, the gentleman from Los Angeles, Mr. R.N.
Gachwind, and I went down to one of the gambling houses to see what they do
there. There are nineteen of these
places which pay the government over $100,000 in gold a year. They all play fan-tan, which is played with
Chinese brass money or cash, as it is called here. The man takes a handful of this, puts a cup
over it, and then you bet so much on one, two, three, or four. If you bet on two numbers and win, they pay
you back double, less 10 percent; if you bet on one number and win, then you
get three times your money less 10 percent.
When the bets are made, the man lifts up the cup and with a stick counts
out the cash four at a time from the pile; if you have bet upon three and there
are three left you win and get three times your money.
Para quem não domina o inglês apresento em seguida uma tradução/adaptação resumo desta viagem de 2 dias a Macau: 19 e 20 Dezembro 1902
Tradução, adaptação e notas à parte da minha autoria:
Macau, China sexta-feira, 19 de dezembro, 1902: O recepcionista do hotel (em Hong Kong) chamou-nos bastante
cedo, tal como combinado. Tomámos um pequeno-almoço rápido de forma a conseguir
apanhar o barco das 7 da manhã para Macau. Apanhámos duas ‘cadeirinhas’ (meio
de transporte anterior ao riquexó) que nos levou até ao cais onde chegámos
mesmo a tempo. A manhã estava bastante nebulosa e não pudemos apreciar a
paisagem como gostaríamos. A primeira
paragem que fizemos foi em Seng Chau, uma pequena e pitoresca vila de
pescadores junto a Hong Kong. Ficámos ligeiramente ao largo. Algumas sampanas
aproximaram-se do nosso barco para fazer o transbordo de alguns passageiros
chineses. Uns saíram e outros entraram num corropio de movimentos. Bastam
poucos para que façam muito barulho. Quem conduz as sampanas são as mulheres
utilizando para isso uma espécie de remos muito compridos. Muitas delas vivem
nestas embarcações juntamente com a família. Há sempre uma mulher com grandes calças
no leme que é quem dá as ordens. Estamos atravessando o Rio das Pérolas e
passamos por muitas ilhas montanhosas praticamente sem vegetação. Nestas ilhas,
parece que não mora ninguém. Avistam-se muitos juncos e alguns passam bastante
perto de nós. À meddia que a nossa viagem avança o mar torna-se mais agitado. O
vento é muito forte e o nosso pequeno barco
oscila bastante. Fiquei enjoado uma meia hora. Estamos à vista de Macau agora.
Parece muito bonito. O mar azul é pontilhado com as velas acastanhadas dos
juncos. Os edifícios de cor branca e amarelo claro em contraste com o verde da
restante paisagem fazem uma imagem bonita.
A
pequena península
de Macau é uma colónia de Portugal. Os portugueses ocuparam este lugar
em 1622.
(não está correcto; a data da fixação dos portugueses é 1554). Foi-lhes
dada
pelos serviços prestados no combate aos piratas que aterrorizavam a
população
ao longo da costa. O governo chinês exigiu o pagamento de dinheiro aos
portugueses até 1848 em troca da sua fixacção. Em seguida, o governador
tentou
impedir isso, mas foi assassinado. Seguiu-se um período de grande
confusão mas
Portugal nunca perdeu o direito sobre Macau. Rumámos para o lado do
Porto
Interior e a muito custo lá conseguimos atracar num pequeno ancoradouro
depois
de passarmos por centenas de juncos e sampanas. É uma zona muito
movimentada. É
aqui que estão os grandes juncos com todos os tipos de carga. Alguns
juncos
estão equipados com canhões de ferro. Já não são tão utilizados como
antigamente mas ainda existem piratas nestas águas. Vêm-se muitos barcos
a descarregar peixe que depois é posto a secar. são das mais diversas
espécies. Desde os quase transparentes aos muito coloridos. O cheiro é
que nã é nada agradável. Apanhamos um jerinxá que nos leva ao hotel (do
outro lado da cidade). No Hotel King Kee (King Hee, mais tarde Macao
Hotel e hotel Riviera))
encontramos o proprietário. Um gorducho de bom aspecto que nos arranja
quartos e nos trata do transporte para a nossa visita pela cidade. O
hotel é um edifício bastante
espaçoso e a mesa de jantar é de primeira classe. De seeguida saímos
para um passeio pela Praia Grande, um local bastante aprazível que fica
junto ao mar. a rua extende-se ao longo da baía repleta de frondosas
árvores. Subimos depois à fortaleza de S. Francisco onde tirámos uma
fotografia da cidade. Ali ao lado há um jardim muito bonitos. (Jardim de
S. Francisco). No regresso ao hotel assistimos a um desfile de
casamento. Era impossível ver a noiva e o
noivo. Eram transportados em liteiras de grande porte mas todas cobertas
por tecidos de cores berrantes. Quem os transportava vestia de
vernelho. No cortejo também participavam crianças.
Todos eles carregavam grandes sinais vermelhos, decorados com caracteres
chineses em cor de ouro. Atrás seguiam os presentes dos noivos que
consistem em peças de mobiliário
suficiente para mobiliar uma casa. Era um cenário digno de um romance.
No regresso ao hotel jantámos muito bem. Saímos já noite, cada um no seu
jerinxá para ver a cidade. Os rapazes que conduzem os jerinxás
estão tão habituados aos turistas que, mesmo sem dizer nada, levam-nos a
ver todos os pontos turísticos e trazem-nos de volta para o hotel
novamente. Mas se for preciso também nos transportam para as casas de
jogo ou para o cais dos vapores. Bingham (o colega que o acompanha na
viagem) fez uma visita às ruínas da
Igreja jesuíta de São Paulo, destruída em 1835 por um incêndio. A
fachada
é de granito e tem algumas esculturas e estátuas de bronze.
Junto às ruínas fica um dos mais antigos fortes portugueses e ainda é
utilizado. De lá tem-se uma vista magnífica. Os rapazes dos jerinxás
levram-nos depois ao jardim e gruta de
Camões, nome do distinto poeta português (1524-1580). É um jardim
muito bem cuidado. Há flores, pequenos montes de pedra, graciosas
árvores de bambu... Numa encosta encontramos debaixo de uma enorme
pedra uma estátua e algumas
inscrições de Luís de Camões. De regresso aos jerinxás somos levados por
ruas movimentadas até um mercado. Ali vende-se de tudo um pouco. Aves,
frutas, ovos e todos os tipos de iguarias chinesas. Porcos vivos são
guardados dentro de uma rede de bambu trançado. Paramos junto a um
portão onde se vêm muitas crianças. Lá dentro é uma fábrica de
transformação de seda. Centenas de mulheres trabalham intensamente cad
auma com uma bacia de água quente à frente e com os casulos de seda ao
lado. Quando saímos um grupo de crianças queriam "cumsha" (um
presente). Dali seguimos até a fronteira de Macau com a China, a Porta
do Cerco. As estradas estão muito bem tratadas tornado o passeio
agradável. No hotel conheci um senhor e a sua esposa, de Los Angeles.
Também andam numa viagem pelo mundo. Depois do jantar, o Sr. Bingham, o
cavalheiro de Los Angeles, o
Sr. RN Gachwind, e eu fomos até uma das casas de jogo (fan-tan) para ver
o que eles fazem lá.
Há 19 desses lugares na cidade e rendem de impostos ao governo uma
receita na ordem dos $100.000 em ouro todos os anos.
Era assim Macau no início do século XX...
Sem comentários:
Enviar um comentário