Carta de Maria Clara do Sacramento, abadessa do
Mosteiro de Santa Clara, a enviar felicitações ao Príncipe Regente em
Março de 1809. D. João de Bragança foi príncipe do Brasil e Infante de Portugal, tendo assumido o despacho em nome de sua mãe, entre 1792 e 1799, passando depois a assinar como príncipe regente até à morte de D. Maria I, em 1816. A corte portuguesa transferiu-se para o Brasil entre o final de 1807 e 1820, tendo a capital do reino passado a ser o Rio de Janeiro. Mas, voltemos a Macau e ao mosteiro/convento de Santa Clara.
Madre Leonor S. Francisco foi a primeira abadessa do convento e uma das fundadoras, juntamente com a Madre Madalena de Vera Cruz, Madre Belchiora da
Trindade, Margarida de la Concepcion, Clara de S. Francisco, e Joana de
la Concepcion. Era natural de Cural de Almuger e Mamantha, terra da jurisdição de Toledo (Espanha). Chamava-se Leonor de S. Philip. Partiu para Manila em 1620 e chegou a Macau por volta de 1633 tendo negociado com a elite no poder a fundação do convento segundo a Regra de Urbano IV, que possibilitava o acesso à posse de bens por parte das seguidoras de Santa Clara de Assis. Morreu em Macau em 1651.
A Rua de Santa Clara em Macau - de pequena extensão, foi criada na década de 1930 e vai da rua do Campo até ao Clube Militar torneado o jardim de S. Francisco - evoca esses tempos. Ao lado do convento (extintos em 1835) surgiu mais tarde o Colégio de Santa Rosa de Lima que 'herdou' parte da obra das irmãs clarissas.
Sugestão de Leitura:
“Mulheres em Macau: Damas Honradas, Mulheres Livres e Escravas, Séculos XVI e XVII", de Elsa Penalva. É baseado numa tese doutoramento que teve como tema as lutas pelo poder em Macau entre 1590 e 1660.
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