O Círculo Cultural de Macau (CCM) surgiu em 1950, tendo como presidente Pedro José Lobo, e agitou a vida do território ainda mal refeita da Guerra do Pacífico que terminara cinco anos antes. Editou uma revista ao longo de vários anos, organizou palestras, exposições, conferências... editou livros e levou grandes artistas do mundo da música a actuar na sala de espectáculos de excelência, à época, o Teatro D. Pedro V, mas não só. Ficaram famosos os "ciclos de conferências" organizados pelo CCM no "Salão nobre do Leal Senado da Câmara de Macau", em 1953, por exemplo.
Entre as muitas exposições Henrique Manhão recorda-se da "exposição de trabalhos do pintor macaense Luis Demée na secretaria do antigo Liceu Nacional Infante D.Henrique, situado na avenida Conselheiro Ferreira de Almeida. Luis Demée, que se formou em Belas Artes em Portugal, regressou a Macau por pouco tempo. Foi um dos júris do segundo concurso “Miss Macau”, de que foi vencedora a senhorinha Oliveira Coelho, que no mesmo ano participou no concurso nacional de beleza em Lisboa, conquistando o título de Miss Simpatia."
Em Setembro de 1950 foi editado o primeiro número da revista Mosaico. De periodicidade mensal era uma publicação trilingue dedicada à história e cultura locais. Nela colaboraram nomes como José Neves Catela, Carlos Estorninho, Marques de Oliveira, Graciete Batalha, Pe. Fernando Herberto Maciel, José Silveira Machado, Luis Gonzaga Gomes, Capitão Pimentel Bastos, Lígia Pinto Ribeiro, José Maria Braga, Charles Boxer, António Nolasco, entre outros. O último número foi editado em 1957.
A revista Mosaico era vendida na firma Oriente Comercial na Avenida Almeida Ribeiro, na livraria Po Man Lau no Largo do Senado e na livraria Seng Kuong, perto do Teatro Capitol.
Entre os livros editados destaco, a título de exemplo, "Monumentos nacionais existentes na província de Macau" do major Acacio Cabreira Henriques, em 1956; e "O plano de fomento em Macau e as obras levadas a efeito nos últimos três anos 1951-1954".
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