Numa pesquisa para o blogue 'encontrei' por acaso um desenho de Pedro Cabral que me despertou a curiosidade. Este post resulta dos contactos posteriores tendo pedido ao Pedro que partilhasse com os leitores alguns dos seus desenhos feitos em Macau.
Coloane: 1993 |
Hotel Lisboa. 1997 |
"Durante muitos anos passei os dias desenhando com lapiseiras, réguas e rotrings, o que foi bruscamente interrompido com a ida para Macau (onde estive de 1987 a 1991). Rapidamente me dei conta da nostalgia dos papéis, lápis e canetas e esta foi uma das razões que me levou a, inspirado pelo meu Colega e Amigo Adalberto Tenreiro, começar a desenhar quase todos os dias.
Tínhamos outros amigos que viviam fora de Macau e costumávamos partilhar os desenhos através do fax, que era a novidade da altura. Era um grupo reduzido, que não chegava à meia-dúzia, e a mecânica do fax obrigava-nos ao desenho em folhas A4 com traço preto sobre folhas brancas (que para alguns eram opção independente do meio de divulgação).
A digitalização de imagens ainda não era corrente e os desenhos em folhas foram-se distribuindo ou perdendo. Sobram muito poucos. Também já não existem alguns dos lugares que desenhei em Macau.
Mais tarde, com a “democratização” dos scanners, passei a desenhar em cadernos - diários gráficos - por vezes utilizando cores. Comecei, em 2005, o blog Bonecos de Bolso.
Alguns desenhos de breves regressos a Macau já foram publicados no blog e, mais uma vez, penso que alguns locais já não existem. Desde a troca de desenhos por fax, entre a tal meia dúzia de amigos, passando por algumas exposições ou publicações, até aos Bonecos de Bolso, ao Flickr, facebook ouInstagram, a rede de desenhadores em caderno foi-se expandindo significativamente.
Em 2007, pela mão do Gabi Campanário, formámos os Urban Sketchers e, em 2009, os Urban Sketchers Portugal. Hoje somos uma vasta comunidade espalhada, literalmente, pelo mundo inteiro, mas para mim tudo começou em Macau."
Pedro MB CabralEdifício Ritz, Largo do Senado. |
Fortaleza do Monte: "Era muito perto de casa. Apesar de exigir uma íngreme subida, era um passeio frequente." |
Junco: "Subindo o rio e passando vagarosamente pelo Porto Interior eram frequentes os juncos." |
Porta no interior do jardim Lou Lim Ioc. 1997 |
Pátio da Cabaia, um dos pátios antigos de Macau, cruzamento Rua da Palha/Rua do Monte |
Travessa do Paiva, nº5 - na época um dos edifícios que albergava a Direcção dos Serviços de Turismo; foi entretanto ampliado e serve actualmente como "Serviços de Apoio da Sede do Governo" (imagem abaixo)
Francisco José de Paiva (1801-1849) pertenceu à terceira geração da família macaense 'Paiva'. Com o mesmo nome do pai, foi um abastado comerciante, juiz ordinário do Senado (1831), encarregado dos Negócios Sínicos (1836), major-comandante do Batalhão Nacional de Macau (1847), 1º cônsul geral de Portugal em Hong Kong (1847) e Comendador da Ordem de Cristo.
No interior do Templo de Kun Iam Tong. 1997 |
Calçada do Monte |
Largo do Senado |
Fábrica de Tabaco: "Durante alguns meses passei diariamente a esta porta que me disseram ser de uma antiga fábrica de tabaco que aguardava demolição. Era uma porta linda, tipicamente chinesa, na Travessa dos Anjos. Suponho que já não existe." |
Muito obrigado pela divulgação. A descoberta foi mútua e também passei a leitor do MACAU ANTIGO.
ResponderEliminarUma excelente oportunidade para ver os "bonecos" do Pedro Cabral e Macau dos anos 80. Parabéns ao blogue!
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