quarta-feira, 7 de setembro de 2022

A Illustração Luso-Brazileira: jornal universal

"A Illustração Luso-Brazileira: jornal universal” foi uma publicação semanal que existiu nos anos de 1856, 1858 e 1859, em Lisboa, por iniciativa de António José Fernandes Lopes, também editor do jornal O Panorama. Da redacção faziam parte nomes como Alexandre Herculano, Francisco Maria Bordalo e Carlos José Caldeira.
Apesar da curta existência foram vários artigos publicados sobre Macau. A saber, em 1856 nos números 6, 7, 10, 12 (Grande Incêndio do Bazar chinês), 16 (Iluminação do Palácio do Cônsul Brasileiro em Macau - era o Barão do Cercal - e Incêndio do Bazar - com duas ilustrações) e 43 e em 1858 no número 2, uma pequena notícia sobre as "Ruínas do Convento de S. Paulo em Macau".
Carlos C. Caldeira (1811-1882) é quem assina todos os artigos sobre Macau. O mais longo aborda temas como a "prosperidade", o jogo, as lorchas, e "últimos aperfeiçoamentos" com o autor a sugerir que Portugal estendesse o seu domínio a toda a ilha de Heangshan!
Carlos José Caldeira (Lisboa, 1811 - Lisboa, 1882)
Escritor, político e jornalista. Formou-se pela Academia Real de Marinha e frequentou a Aula do Comércio. Foi um iberista convicto, tendo traduzido, anotado e publicado a terceira e última edição da obra A Ibéria de Sinibaldo de Mas, que produziu à época grande controvérsia e que propagava os ideais da União Ibérica. Dentro do mesmo espírito escreveu alguns artigos no jornal O Progresso. 
No funcionalismo público chegou a inspector-geral das Alfândegas e foi o primeiro chefe da Repartição de Estatística criada no Ministério das Obras Públicas. Tal facto deveu-se provavelmente aos profundos conhecimentos de economia que demonstrou nos artigos publicados, sob o pseudónimo de Veritas, em vários periódicos, entre os quais: Arquivo Pitoresco, Arquivo Universal, Correio da Europa, Diário de Notícias, Ilustração Luso Brasileira, Jornal do Comércio e Revista Peninsular. 
Já depois dos 40 anos encetou uma viagem pelos pontos descobertos ou conquistados pelos Portugueses no Mundo, que o levou pelo Mediterrâneo e mar Vermelho até à China, tendo regressado por Moçambique e cabo da Boa Esperança. Deste percurso resultaram diversos trabalhos literários que ilustram o estilo reformador e empreendedor do seu autor. Foi ainda redactor do Boletim Oficial de Macau durante um ano. 
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990 
Apontamentos D'Uma Viagem de Lisboa à China e da China a Lisboa, Volumes 1-2 de Carlos José Caldeira, 1852 e 1853 (reeditado em 1997 como “Macau em 1850”), 
O primeiro volume descreve a China, grande parte do extremo oriente e assuntos relativos à cultura chinesa.
O segundo volume descreve as relações de Portugal com o Reino do Sião (Tailândia) e a costa oriental e ocidental de África. Inclui ainda quadros com dados e mapas estatísticos com análise da evolução da populações; das exportações e importações dos movimentos portuários; dos rendimento e rendas públicas nas colónias espanholas de Puerto Rico e das Filipinas.

Nota: Nesta data assinala-se o bicentenário da independência do Brasil (7.9.1822).

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