Hospital Militar de S. Januário: projecto de 1873 do Capitão de Infantaria Henrique Augusto Dias de Carvalho (1843-1909) e do 2º Barão do Cercal, António Alexandrino de Melo (1837-1885)
Na edição do Boletim do Governo de 10 de Janeiro de 1874 fica-se a saber como foi a inauguração, alguns dias antes:«Teve logar no dia 6 do corrente, como estava anunciado, a inauguração solemne do hospital militar de S. Januário segundo o programma que foi publicado n´esta folha. Sua Ex.ª o Governador da província de Macau e Timor, Visconde de S. Januário às 2 horas precisas deu entrada no edifício do hospital, dirigindo-se à sala destinada à inauguração. A sala achava-se decorada com trophéos artisticamente dispostos, no centro do trophéo principal achava-se o retrato de S. Ex.ª. Na balaustrada que circunda o perímetro onde se acha edificado o hospital e no mesmo edifício tremulavam nas suas hastes, numerosas bandeiras, distinguindo-se nos dois torreos extremos as que são privativas dos hospitaes(…).
Este edifício seria demolido por volta de 1952 para dar lugar a um outro hospital como mesmo nome inaugurado em 1958 e por sua vez, já no final da déada de 1980, também este seria demolido para dar lugar ao actual. Pela localização, numa colina, é conhecido em chinês, por Hospital do Monte. No ano da inauguração, 1874, viria a sofrer avultados estragos por via do tufão que assolou Macau em Setembro desse ano.
A primeira e a segunda 'versão' do hospital: foto da década de 1950
Henrique Augusto Dias de Carvalho frequentou o Colégio Militar. Em 1871, era então tenente, exerceu o cargo de Condutor das Obras Públicas em Macau. Destacou-se pela viagem realizada à região angolana da Lunda fazendo uma ampla divulgação da geografia da região e da cultura dos povos que a habitam. Em 1923, a atual capital da Lunda, Saurimo, era denominada Vila Henrique de Carvalho.
António Alexandrino de Melo era filho de Alexandrino António de Melo, 1.º barão e visconde do Cercal (1809-1877). Nasceu em Macau, a 7 de Junho de 1837 e morreu em S. Lourenço a 27 de Maio de 1885. 2.º Conde de Cercal, filho de Alexandrino António de Melo, (1809-1877) e de Carlota Josefa Botelho (1819-1892), Viscondes de Cercal. Aos 7 anos foi estudar para o colégio jesuíta «Stonyhurst» no condado de Essex, Inglaterra, formando-se em engenharia civil. Aos 17 anos completou os estudos em França e dois anos depois, em Roma, estudou pintura em aguarela e a óleo, em Roma, cidade onde viveu dois anos. Falava correctamente várias línguas: português, francês, espanhol, inglês, italiano e chinês.Teve oito filhos no primeiro casamento (Com Guilhermina Pamela Gonzaga em 1841) e mais um posteriormente.
A 5 de Janeiro de 1862, por sua iniciativa foi inaugurada uma escola com o nome de “Nova Escola Macaense”. Encerrou a actividade a 21 de Outubro de 1867. Com o fim da escola, o capital remanescente dos fundos reunidos para criar a “Nova Escola Macaense” - 9.417,53 patacas - foi entregue por Alexandrino António de Melo (1837-1885) à Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) para a fundação de um colégio para instrução dos macaenses, que primeiro se denominou "Collegio Comercial" e mais tarde passaria a chamar-se “Escola Comercial”.
Em Macau exerceu vários cargos:
Vogal do Conselho de Governo; do Conselho Técnico das Obras Públicas; Director das Obras Públicas; Comandante do Batalhão Nacional, no posto de tenente-coronel (no tempo em que o Barão comandou o Batalhão, chegou este a ter um efectivo superior a 400 homens, gastando com ele o dito comandante, uma grossa quantia do seu bolso para o equipar devidamente, escreveu o Padre Manuel Teixeira); Provedor da Santa Casa da Misericórdia; Juiz substituto da Comarca; etc.
Foi ainda Cônsul do Brasil, Itália, Bélgica e Vice-Cônsul da França.
Como engenheiro delineou vários edifícios: Palácio do Governo, Palacete de Santa Sancha, Hospital Militar S. Januário (demolido), Cemitério de S. Miguel, Capitania dos Portos/Quartel dos Mouros, Grémio/Clube Militar, entre outros.
Foi dono da empresa "A. A. de Mello & C.a, proprietária de 5 navios que faziam ligações entre Portugal, Brasil e Austrália. Foi um dos mais ricos comerciantes de Macau mas sofreu duro revés com a instalação dos ingleses em Hong Kong, pelo que devido à má situação financeira, vendeu as casas dos seus pais, o Palácio da Praia Grande e o Palacete de Santa Sancha.
Alguns dos títulos honoríficos:
Barão do Cercal a partir de 1865 ou 1868; Fidalgo Cavaleiro da Casa Real; Comendador da Ordem de Cristo; Cavaleiro do Santo Sepulcro de Jerusalém; Comendador da Ordem de N. S. da Conceição de Vila Viçosa; Cavaleiro da Ordem da Bélgica; Cavaleiro da Legião de Honra de França; Cavaleiro de S. Maurício e S. Lázaro de Itália; Comendador de 1.ª classe do Sol Nascente do Japão e da Indochina; Medalha de Isabel, a Católica, de Espanha. Era sócio Honorário da Real Sociedade de Geografia Inglesa e outras sociedades científicas estrangeiras.
A 5 de Janeiro de 1862, por sua iniciativa foi inaugurada uma escola com o nome de “Nova Escola Macaense”. Encerrou a actividade a 21 de Outubro de 1867. Com o fim da escola, o capital remanescente dos fundos reunidos para criar a “Nova Escola Macaense” - 9.417,53 patacas - foi entregue por Alexandrino António de Melo (1837-1885) à Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) para a fundação de um colégio para instrução dos macaenses, que primeiro se denominou "Collegio Comercial" e mais tarde passaria a chamar-se “Escola Comercial”.
Em Macau exerceu vários cargos:
Vogal do Conselho de Governo; do Conselho Técnico das Obras Públicas; Director das Obras Públicas; Comandante do Batalhão Nacional, no posto de tenente-coronel (no tempo em que o Barão comandou o Batalhão, chegou este a ter um efectivo superior a 400 homens, gastando com ele o dito comandante, uma grossa quantia do seu bolso para o equipar devidamente, escreveu o Padre Manuel Teixeira); Provedor da Santa Casa da Misericórdia; Juiz substituto da Comarca; etc.
Foi ainda Cônsul do Brasil, Itália, Bélgica e Vice-Cônsul da França.
Como engenheiro delineou vários edifícios: Palácio do Governo, Palacete de Santa Sancha, Hospital Militar S. Januário (demolido), Cemitério de S. Miguel, Capitania dos Portos/Quartel dos Mouros, Grémio/Clube Militar, entre outros.
Foi dono da empresa "A. A. de Mello & C.a, proprietária de 5 navios que faziam ligações entre Portugal, Brasil e Austrália. Foi um dos mais ricos comerciantes de Macau mas sofreu duro revés com a instalação dos ingleses em Hong Kong, pelo que devido à má situação financeira, vendeu as casas dos seus pais, o Palácio da Praia Grande e o Palacete de Santa Sancha.
Alguns dos títulos honoríficos:
Barão do Cercal a partir de 1865 ou 1868; Fidalgo Cavaleiro da Casa Real; Comendador da Ordem de Cristo; Cavaleiro do Santo Sepulcro de Jerusalém; Comendador da Ordem de N. S. da Conceição de Vila Viçosa; Cavaleiro da Ordem da Bélgica; Cavaleiro da Legião de Honra de França; Cavaleiro de S. Maurício e S. Lázaro de Itália; Comendador de 1.ª classe do Sol Nascente do Japão e da Indochina; Medalha de Isabel, a Católica, de Espanha. Era sócio Honorário da Real Sociedade de Geografia Inglesa e outras sociedades científicas estrangeiras.
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