Há 120 anos, em 1898, por estes dias, ultimavam-se os preparativos para as comemorações do IV Centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia. A ideia surgiu em 1894 e as comemorações decorreram quatro anos depois, não só em Portugal, como nas então colónias portuguesas.
Macau não foi excepção embora esse ano ficasse marcado pelos efeitos devastadores da peste bubónica. No jornal O Porvir de 30 de Abril desse ano pode ler-se: "Diz-se que foi exportada de Hong Kong, pois daí tem fugido muita gente que não gosta do tratamento médico e das medidas sanitárias adoptadas nessa colónia. Bom seria que as autoridades de Macau tomassem medidas rigorosas para evitarem que continue o êxodo de chineses de Hong Kong para Macau".
Em Macau o governo transforma a abandonada Fortaleza de D. Maria II em lazareto e para evitar males maiores são eliminados do programa dos festejos do IV Centenário tudo o que pudesse promover aglomeração de multidões, em especial o contacto de habitantes de Macau com os territórios vizinhos.
Na imprensa da época - Echo Macaense e O Independente - está reflectida essa realidade: "Foram modestos e simples os festejos (...), pelas más condições de salubridade em que se encontra esta terra; mas o sentimento patriótico sobressaiu em todos esses actos, sem grandes expansões de entusiasmo, mas intimamente, mas convictamente".
Macau não foi excepção embora esse ano ficasse marcado pelos efeitos devastadores da peste bubónica. No jornal O Porvir de 30 de Abril desse ano pode ler-se: "Diz-se que foi exportada de Hong Kong, pois daí tem fugido muita gente que não gosta do tratamento médico e das medidas sanitárias adoptadas nessa colónia. Bom seria que as autoridades de Macau tomassem medidas rigorosas para evitarem que continue o êxodo de chineses de Hong Kong para Macau".
Em Macau o governo transforma a abandonada Fortaleza de D. Maria II em lazareto e para evitar males maiores são eliminados do programa dos festejos do IV Centenário tudo o que pudesse promover aglomeração de multidões, em especial o contacto de habitantes de Macau com os territórios vizinhos.
Na imprensa da época - Echo Macaense e O Independente - está reflectida essa realidade: "Foram modestos e simples os festejos (...), pelas más condições de salubridade em que se encontra esta terra; mas o sentimento patriótico sobressaiu em todos esses actos, sem grandes expansões de entusiasmo, mas intimamente, mas convictamente".
Ainda as celebrações começaram a 17 de Maio de 1898. Nesse dia o toque de alvorada ocorreu às seis da manhã frente ao Palácio do Governo executado por elementos da guarnição de Macau. Nas fortalezas de S. Francisco e de S. Paulo do Monte houve salvas de 21 tiros. Seguiu-se a actuação da banda musical da guarnição que percorreu várias as ruas da cidade rumo ao Leal Senado.
Às cinco da tarde ocorreu um Te Deum na Sé Catedral, com a igreja decorada a rigor e onde se destacavam as bandeiras portuguesas na parte superior do altar-mor e nas tribunas. À cerimónia compareceu o povo, o Governador e as mais altas individualidades oficiais da administração pública e clero. Presidiu às cerimónias do Te Deum, o bispo D. José Manuel de Carvalho, que chegara a Macau a 1 de Março desse ano.
Terminado Te Deum fez-se a guarda de honra no Largo da Sé e pela noite ocorreram diversas celebrações: desde a banda musical do Seminário ao desfile dos alunos do Liceu.
Numa das janelas do edifício do Leal Senado esteve exposto um quadro executado por Jaime dos Santos com a representação da chegada de Vasco da Gama a Calicut, tal como no selo postal centenário no valor de 4 avos.
Na Praia Grande, o hotel Hing Kee estava iluminado com balões chineses e bandeiras de várias as nações. Em casa do Conde de Senna Fernandes juntou-se a elite da cidade numa "soirée dançante".
Às cinco da tarde ocorreu um Te Deum na Sé Catedral, com a igreja decorada a rigor e onde se destacavam as bandeiras portuguesas na parte superior do altar-mor e nas tribunas. À cerimónia compareceu o povo, o Governador e as mais altas individualidades oficiais da administração pública e clero. Presidiu às cerimónias do Te Deum, o bispo D. José Manuel de Carvalho, que chegara a Macau a 1 de Março desse ano.
Terminado Te Deum fez-se a guarda de honra no Largo da Sé e pela noite ocorreram diversas celebrações: desde a banda musical do Seminário ao desfile dos alunos do Liceu.
Numa das janelas do edifício do Leal Senado esteve exposto um quadro executado por Jaime dos Santos com a representação da chegada de Vasco da Gama a Calicut, tal como no selo postal centenário no valor de 4 avos.
Na Praia Grande, o hotel Hing Kee estava iluminado com balões chineses e bandeiras de várias as nações. Em casa do Conde de Senna Fernandes juntou-se a elite da cidade numa "soirée dançante".
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