Camilo de Almeida Pessanha nasceu a 7 de Setembro de 1867, às 11
horas, na Sé Nova, Coimbra, onde tirou o curso de Direito. Ainda em Portugal foi Procurador Régio em Mirandela (1892) e advogado em Óbidos. Em
1894 transfere-se para Macau, onde, durante três anos, foi professor de
Filosofia Elementar no Liceu de Macau, deixando de leccionar por ter
sido nomeado, em 1900, conservador do registo predial e depois
juiz de comarca. Em Macau foi também advogado. Entre 1894 e 1915 voltou a Portugal algumas vezes,
para tratamentos, tendo, numa delas, sido apresentado a Fernando
Pessoa que era, como Mário de Sá-Carneiro, apreciador da sua poesia.
Em 1920 Pessanha fez parte do grupo de intelectuais que formou o Instituto Macau.
Em 1916 Pessoa chegou a convidar Pessanha para publicar textos seus na revista Orpheu o que nunca veio a acontecer. Eis um excerto da carta:
“Há anos que os poemas de V. Ex.a são muito conhecidos, e invariavelmente admirados, por toda Lisboa. É para lamentar – e todos lamentam – que eles não estejam, pelo menos em parte, publicados. Se estivessem inteiramente escondidos da publicidade, nas laudas ocultas dos seus cadernos, esta abstinência da publicidade seria, da parte de V. Ex.a, lamentável mas explicável. O que se dá, porém, não se explica; visto que, sendo de todos mais ou menos conhecidos esses poemas, eles não se encontram acessíveis a um público maior e mais permanente na forma normal da letra redonda, (...) é porque muito admiro esses poemas, e porque muito lamento o seu caracter de inéditos (quando. Aliás, correm, estropiados, de boca em boca os cafés), que ouso endereçar a V. Ex.a esta carta, com o pedido que contém”
Camilo pessanha publicou poemas em várias revistas e jornais, mas seu único livro
Clepsydra (1920 - Edições Lusitania), foi publicado sem a sua participação (estava em Macau) por Ana de Castro Osório, a partir de autógrafos e
recortes de jornais.
Posteriormente, o filho de Ana de Castro
Osório, João de Castro Osório, ampliou a Clepsidra original,
acrescentando-lhe poemas que foram encontrados. Essas edições foram
publicadas em 1945, 1954 e 1969.
Casa onde viveu Camilo Pessanha na Praia Grande
Camilo Pessanha morreu em Macau a 1 de Março de 1926 em Macau vítima de tuberculose pulmonar, doença para a qual muito contribuiu o consumo regular de ópio.
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