A banda surgiu em 1981, formada por Pedro Ayres de Magalhães, Pedro Paulo Gonçalves e Carlos Maria Trindade, após o fim do grupo Corpo Diplomático. A estes juntaram-se António José de Almeida (baterista dos Tantra) e Rui Pregal da Cunha, que se iniciava nas "coisas" da música. Na realidade, o futuro vocalista (nascido em Macau) era o único sem um passado com experiência musical. O nome Heróis do Mar foi tirado do primeiro verso do hino nacional português. O grupo pretendia "representar Portugal, a sua história e a sua cultura".
Em Agosto de 1981, é lançado o primeiro single que continha os temas "Saudade" e "Brava Dança dos Heróis", seguindo-se o LP de estreia, Heróis do Mar. Segue-se o sucesso "Amor", o álbum Mãe, os singles "Paixão" e "A Alegria". Em 1985 quando alguns músicos já se empenham em projectos a solo, e o grupo corre o risco de desaprecer, suge a viagem e os concertos em Macau. Inicialmente previam ficar no território apenas 10 dias para dar concertos (assisti ao do Fórum Macau), mas acabaram por ficar um mês e regressam a Portugal com um novo fôlego.
Da experiência de Macau surge, depois de quatro meses passados em estúdio (Valentim de Carvalho, Paço de Arcos), o álbum "Macau" em 1986. Mas era o princípio do fim. Em 1988 é editado o último álbum intitulado "Heróis do Mar". O grupo termina em 1990. Para a história ficaram meia dúzia de álbuns (e cerca de uma dezena de singles) que representaram um virar de página na música até então feita em Portugal.
Rui Pregal da Cunha, nascido em Macau, em entrevista ao Hoje Macau a 21-9-2011
"A nossa passagem por Macau deixou marcas nada indeléveis na psique do grupo. Na altura, por esse “estar” em longínquo solo nacional, bastião ultimo desse tudo sobre o qual, bom ou mau, cantámos uma carreira. Um percurso que não conseguiu ser alheio à viagem que tanto influenciou o disco que veio depois, esse Macau dos “Canhões da Bela Vista” e da “Revolução”. Se no primeiro disco indagávamos sobre esse “Olhar no Oriente” aqui o dado adquirido da experiência acabou por funcionar em modo via-defacto, “estive lá, fiz isso”... Medicamentos na Nolasco da Silva, espirituosos, chá das 5 ou mesmo chips no Lisboa, meia de leite na Vaquinha, dim sum onde nos servissem o melhor, porque em Lisboa nem sabiam o que isso era. Sempre afirmei que a música que faço é fruto de experiências, variadas, cosmopolitas, internacionais ou regionais, despoletadoras de sensações que conduzem à vontade de outras tantas."
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