(...) O autor do «Oriente Conquistado», Pe. Francisco de Sousa S. J., que no primeiro decénio do século XVIII escrevia em Goa e bem informado a sua obra, faz a seguinte afirmação: «As famílias portuguesas (de Macau) serão hoje 150; o número de todas as almas cristãs 19.500 (dezanove mil e quinhentas), das quais 16.000 (dezasseis mil) são mulheres. Vivem dentro da cidade 1.000 (mil) gentios, oficiais e comerciantes (Oriente Conquistado, II Parte, Conquista IV, d. II)
A conclusão a tirar é fácil: Macau contava 20.500 habitantes, dentre os quais 19.500 eram cristãos. Entre estes uns 18.500 eram chineses. Macau era por conseguinte toda cristã uma vez que apenas uns 5% (cinco por cento) não haviam abraçado ainda o cristianismo. Os evangelizadores da população e os seus apóstolos principais haviam sido os Padres da Companhia de Jesus.
Século e meio depois ou seja em meados do século XIX, dificilmente a cidade do Santo Nome de Deus albergaria seis mil moradores (6.000). Decaíra, com efeito, muitíssimo do seu antigo esplendor e por outro lado os mandarins de Cantão oprimiam-na com tributos, com imposição da sua vontade, leis, e sobretudo com numerosas afrontas. Tal era, pois, o estado da cidade, consequência funesta da diminuição de autoridade e perda do prestígio, dos governadores e senado macaense. Foi precisa a energia militar do governador Ferreira do Amaral em 1846-1849 para fazer outra vez livre a colónia e redimi-la de caprichos estranhos.
in "Macau, mãe das missões no extremo oriente"
Sem comentários:
Enviar um comentário