Excerto de um longo relatório (10 capítulos) da autoria José Gomes da Silva, chefe do Serviço de Saúde de Macau e Timor, relativo a 1886 feito a 2 de janeiro de 1887e publicado em várias edições do Boletim da Província de Macau e Timor nesse mesmo mês e no mês seguinte. Gomes da Silva começa por escrever:
"A provincia de Macau e timor, geograficamente considerada, é incontestavelmente a provincia mais absurda que Portugal possue; e difícil será encontrar-se no mundo político outro absurdo geográfico do alcance d'Este".
A referência é, claro, à distância entre as duas províncias: mais de 600 léguas em linha recta numa viagem que em barco a vapor, com escala nas filipinas, demorava entre 8 a 12 dias, mas "as viagens ordinnarias pelos paquetes da mala hollandeza e por via de Java, dispendem de 80 a 48 dias".
O relatório inclui informações sobre Topographia, meteorologia, história natural, anthropologia, hygiene publica, hygiene privada, nosologia, necrologia, serviço de saúde, estatística e catalogo de plantas das duas províncias. Entre as informações prestadas refere-se o último censo realizado, em 1878, com um total de 68 mil habitantes. Gomes da Silva é muito crítico na avaliação que faz do estado da saúde em Macau, quer nos edifícios quer nos serviços prestados, apontando o dedo não só ao Leal Senado como também ao governador, Firmino José da Costa.
Sem comentários:
Enviar um comentário