Em 1625, Manuel Tavares Bocarro chegou a Macau, vindo de Goa, onde aprendera a arte com o pai, para reformular e dirigir a fundição. A fábrica ficou localizada numa zona designada por Chunambeiro, junto à Fortaleza do Bom Parto e no sopé da colina da Penha. O encontro das técnicas metalúrgicas ocidentais e orientais tornou famosa a oficina tendo produzido inúmeros canhões, sinos e estátuas.C.R. Boxer diz que, "em 1623, Dom Francisco Mascarenhas, primeiro Capitão Geral de Macau, assinou um contrato com dois chinas, para fundirem canhões na fundição da colónia." O contrato é datado de 13 Outubro deste ano e foi celebrado com "Quinquo e Hiaoxon, chinas gentios de Cabello". Boxer continua: "A principal fonte de abastecimento das armadas e fortalezas portuguesas da Índia continuou a ser Macau, onde uma fundição sino-portuguesa, sob a hábil direcção de Manuel Tavares Bocarro, filho de Pedro Tavares Bocarro, chefe dos fundidores de Goa, fabricava canhões tanto de ferro como de bronze" (Expedições Militares Portuguesas em auxilio dos Mings, in "Boletim E. da D. de Macau", Março de 1940, p. 562). O cronista António Bocarro, falando de Macau em 1635, escrevia: "Este lugar possui uma das melhores fundições de canhões no mundo, quer de bronze, que já tem ha muito ou de ferro, que foi feita por ordem do Vice-rei, Conde de Linhares, e onde é fundida continuamente artilharia para todo o seu Estado (da India), a preço muito razoável" (Boxer: Macao Three hundred years ago, in "Tíen Hsia Monthly", April, 1938, Vol. VI, no. 4).Xinamo, Chunname, ou Chunambo. Cal obtida pela calcinação de conchas de mariscos. O motivo de admissão do termo indiano é que a cal da Ásia se faz de outro material. O étimo é o malaiala Chunambra, relacionado com o neo-arcaico chunã, sanscrito churna.
É de chunambo que deriva a palavra Chunambeiro, empregada em Macau para designar o antigo local, próximo da fortaleza de Bom Parto, no extremo sul da baía da Praia Grande. Nesse local havia antigamente fornos de cal de ostras, e também foi o local da antiga fundição de artilharia e a casa da pólvora organizada pelo célebre Manuel Tavares Bocarro, no século XVII» C.R. Boxer, Azia Sinica e Japonica.
A construção do aterro do Chunambeiro data de 1871; em 1873, iniciou-se a extensão da rua da Praia Grande, desde o aterro do Chunambeiro até ao Bom Parto. Até então, o percurso da povoação da Barra à Praia Grande fazia-se através da colina de Santa Sancha, um dos sítios mais isolados da cidade, onde existiam apenas algumas casas de campo.
A construção do aterro do Chunambeiro data de 1871; em 1873, iniciou-se a extensão da rua da Praia Grande, desde o aterro do Chunambeiro até ao Bom Parto. Até então, o percurso da povoação da Barra à Praia Grande fazia-se através da colina de Santa Sancha, um dos sítios mais isolados da cidade, onde existiam apenas algumas casas de campo.
Manuel Bocarro chegou a Macau em meados de 1625 e até ao final desse ano trabalhou na "Caza de Fundição" como ajudante. Em 1626 a fundição fica livre da direcção dos "dois castelhanos" e dedica-se, Manuel Bocarro, com todo empenho à fundição de bocas de fogo de ferro e bronze. Seria o primeiro canhão fundido pelo Manuel Bocarro uma boca de 36 que durante séculos esteve activa na Fortaleza do Monte e passaria à história com o nome "Peça dos Mandarins".
O nome teria sido dado, segundo a tradição dos macaenses, sentado na peça, que o mandarim de Macau Tsó Tang, assumiu as suas funções e, voltando, hábito seus sucessores tomavam posse, no dizer de Vicente Nicolau Mesquita: "d´hua especie de monumento, attenta a veneração e respeito que os chinas lhe consagrão desde mui tempo - he tbm sobre ella que os mandarins de Macau tomavam posse do seu lugar".
No ano de 1627 Manuel Bocarro fundiu vários canhões de grande tamanho que podiam disparar projéctiles de pedra com o peso de 50 libras. Todos os canhões estava dedicados aos santos: S. Afonso, St.ª Ursula, S. Pedro Mártir, S. Gabriel, S. Tiago, S. Lino Papa, S. Paulo e outros nomes de santidades. Por muitos anos, defenderam Macau, colocados nas fortalezas e, pensa-se (sem termos a certeza) que alguns ainda ainda ali se encontram, como peças de artilharia e a lembrar a memória de um passado histórico. As peças de S. Lourenço e de St.º Ildefonso estão exposto na Torre de Londres e os de St.º António e S.Miguel são propriedade do Museu de Woolwich. O relatório de 3 de Março de 1637, designado:
"Lista contendo a artilharia existente nas fortalesas, baluartes e dentro da cidade do nome de Deus de Macau, segundo o que existe no dito porto" o Padre José Montanha escreveu, na sua obra "Aparatos para a História do Bispado de Macau", um capítulo relativo às fortalezas e canhões de Macau. (Consulte-se o Cod. 9448 dos Reservados da Bibl. Nacional que é o 1º Tomo dos Aparatos...", respeitante aos anos de 1557 a 1582, tendo, porém, num apêndice, com outra letra, várias relações respeitantes a acontecimentos até meandros do Século XVIII.
No inventário do Museu de Djakarta, sob o n.º 27012, é descrita a seguinte peça de artilharia:
"Canhões; outrora o "sagrado canhão" de Dkakarta, .... orígem: provávelmente fundido pelos portugueses, capturado, pelos holandeses aos portugueses em Malaca (1641).
O "Canhão Sagrado" é tradicionalmente considerado de origem portuguesa e já foi objecto de cuidadosos estudos por parte do Dr. M. Neyens e Dr. K.C. Crucq.
Este último autor escreveu: "Finalmente, desejo dizer alguma coisa de interesse vital com respeito ao Sagrado Canhão de Batávia. No museu militar de Lisboa há um canhão, que se presume ter sido fundido por Manuel Tavares Bocarro, que tem os cachos da mesma forma que o nosso Sagrado Canhão, o que vem de novo confirmar a orígem portuguesa do canhão de Batávia. É agora altamente provável que este canhão fosse fundido por Manuel Tavares Bocarro..." O Dr. Crucq apresenta outros argumentos, muito pouco consistentes, para endossar a autoria do "Canhão Sagrado a Manuel Bocarro e que são, normalmente aceites. O facto de não ter gravadas quaisquer marcas ou siglas, e a data como era norma nas fundições dos Bocarros, aliado ainda, a ter uma legenda em latin: Ex me ipsa renata sum, que não era usual nos canhões portugueses - só conhecemos em caso, no terço do canhão H.2, da regência de D. Pedro II, que tem a legenda Vltima Ratio Iustilac -leva-nos a admitir que não se trata de um canhão de Bocarro e a pôr em dúvida a sua orígem portuguesa. Consulte-se o P.e Manuel teixeira, in. Macau e a sua Diocese, VI, pp.111 a 119
"Lista contendo a artilharia existente nas fortalesas, baluartes e dentro da cidade do nome de Deus de Macau, segundo o que existe no dito porto" o Padre José Montanha escreveu, na sua obra "Aparatos para a História do Bispado de Macau", um capítulo relativo às fortalezas e canhões de Macau. (Consulte-se o Cod. 9448 dos Reservados da Bibl. Nacional que é o 1º Tomo dos Aparatos...", respeitante aos anos de 1557 a 1582, tendo, porém, num apêndice, com outra letra, várias relações respeitantes a acontecimentos até meandros do Século XVIII.
No inventário do Museu de Djakarta, sob o n.º 27012, é descrita a seguinte peça de artilharia:
"Canhões; outrora o "sagrado canhão" de Dkakarta, .... orígem: provávelmente fundido pelos portugueses, capturado, pelos holandeses aos portugueses em Malaca (1641).
O "Canhão Sagrado" é tradicionalmente considerado de origem portuguesa e já foi objecto de cuidadosos estudos por parte do Dr. M. Neyens e Dr. K.C. Crucq.
Este último autor escreveu: "Finalmente, desejo dizer alguma coisa de interesse vital com respeito ao Sagrado Canhão de Batávia. No museu militar de Lisboa há um canhão, que se presume ter sido fundido por Manuel Tavares Bocarro, que tem os cachos da mesma forma que o nosso Sagrado Canhão, o que vem de novo confirmar a orígem portuguesa do canhão de Batávia. É agora altamente provável que este canhão fosse fundido por Manuel Tavares Bocarro..." O Dr. Crucq apresenta outros argumentos, muito pouco consistentes, para endossar a autoria do "Canhão Sagrado a Manuel Bocarro e que são, normalmente aceites. O facto de não ter gravadas quaisquer marcas ou siglas, e a data como era norma nas fundições dos Bocarros, aliado ainda, a ter uma legenda em latin: Ex me ipsa renata sum, que não era usual nos canhões portugueses - só conhecemos em caso, no terço do canhão H.2, da regência de D. Pedro II, que tem a legenda Vltima Ratio Iustilac -leva-nos a admitir que não se trata de um canhão de Bocarro e a pôr em dúvida a sua orígem portuguesa. Consulte-se o P.e Manuel teixeira, in. Macau e a sua Diocese, VI, pp.111 a 119
1-a ligação bomparto-santiago da barra, pelo mar,só foi feita em 1910, daí o república 2-a peça do mandarim seria de bronze, pois a primeira peça de ferro que mtb fundiu em macau encontra-se noutro local d 3-d francisco mascarenhas não assinou nenhum contrato com fundidores chineses,sendo que o documento, datado de 13 de dezembro de 623 annos, é um termo de compromisso de quinquo e hiaoxon para ..."lhe fundiremos todas as peças de artilharia quequizer mãodar fazer deferro coado, do coal somos fundidores ..." 4-permito-me felicitá-lo pelos seus artigos
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